Quem o diz é Alexandra Vilas Boas, presidente da direção, lamentando que, por esse motivo, “temos menos voluntários”. Ainda assim, “tentamos que nada falte à população no que diz respeito ao socorro”, frisa, salientando que “as pessoas dão valor ao nosso trabalho”.
Além da falta de recursos humanos, “também o preço dos combustíveis é um problema e o atraso no pagamento dos serviços prestados, não só por parte dos hospitais, mas também no que tem a ver os incêndios florestais. A ANPC está a pagar agora (julho) o que diz respeito ao ano passado”.
Ainda assim, “herdei uma casa sem dívidas e algo que não abdico é ter as contas em dia para com os bombeiros. Pode faltar para os fornecedores, mas para eles não. São eles que fazem a máquina andar”.
Outro dos problemas tem a ver com os acessos, nomeadamente a Estrada Nacional 222, “que precisa de uma intervenção urgente”, afirma a responsável, destacando, também, os declives.
“É preciso ter uma certa habilidade para percorrer estes trajetos e numa situação de emergência eu dou graças quando eles chegam bem”, confessa. A isto junta-se “o tempo que demoramos a chegar aos hospitais”, algo que piora no verão, “por causa do número elevado de turistas na estrada”. Ao longo do ano, “temos o gelo, no inverno, ou os animais que provocam despistes, como já nos aconteceu”, indica Alexandra.
“Vivíamos muito do voluntariado das pessoas mais velhas, mas atualmente as exigências são muitas”
Alexandra Vilas Boas – Presidente
E sendo, atualmente, a única mulher a liderar uma associação de bombeiros na região, quisemos perceber como está a correr este desafio. Para responder “faltam-me as palavras”, afirma, confessando que “por vezes há o receio de não estar a corresponder às necessidades”, mas “é gratificante quando reconhecem o nosso trabalho. Acho que isso acontece com todos, sejam homens ou mulheres”.
“Há muitas coisas que já foram feitas, mas muitas outras que ainda queremos fazer”, admite. Exemplo disso é que, para breve, a intenção da direção é “ampliar o quartel” e também “dar uma nova vida às antigas instalações, como forma de tirar alguma rentabilidade para a Associação”, até porque “viver só com os apoios do Estado não é suficiente”, frisa Alexandra Vilas Boas.
O objetivo é “dar melhores condições aos bombeiros para que possam dar uma melhor resposta às necessidades da população”, conclui a presidente.
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