Sábado, 5 de Outubro de 2024
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Manifestação junto a Balcão do Crédito Agrícola

Várias dezenas de populares de Salto manifestaram-se hoje contra o encerramento da agência bancária Crédito Agrícola, previsto para sexta-feira, criticando mais uma medida que "patrocina o desinvestimento".

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O balcão do Crédito Agrícola em Salto, no concelho de Montalegre, irá encerrar na sexta-feira, deixando a vila apenas com uma agência bancária com presença física, o Millennium BCP.

Após terem recebido cartas a dar conta do encerramento, os habitantes concentraram-se junto às instalações do banco e manifestaram a sua preocupação, sobretudo para com a população mais envelhecida.

O protesto contou com a presença de pessoas dos concelhos de Montalegre e Boticas, distrito de Vila Real, e dos concelhos de Cabeceiras de Basto e Vieira do Minho, distrito de Braga.

Entre as palavras de revolta e protesto, vários populares manifestaram a intenção de fecharem as suas contas naquela instituição.

As alternativas para os clientes do banco se deslocarem a balcões mais próximos estão a cerca de 20 ou mais quilómetros. O balcão de Cabeceiras de Basto é o mais próximo (20 quilómetros), seguindo-se Vieira do Minho (32 quilómetros), Boticas (33 quilómetros) e Montalegre (37 quilómetros).

Para Hernâni Carvalho, o fecho do banco causa um grande transtorno à população envelhecida, pois "os serviços bancários disponibilizados 'online' não servem a grande parte das pessoas de Salto".

"O Interior tem de ter outra dinâmica e, quando perdermos ciclicamente o pouco que ainda temos, isso é devastador para nós", alertou o habitante da vila transmontana que é também o comandante dos Bombeiros Voluntários de Salto.

Hernâni Carvalho realçou ainda que a "retirada de serviços patrocina o desinvestimento e o despovoamento".

Apenas com uma instituição bancária com presença física em Salto, a preocupação da população prende-se ainda com os "rumores" de que o balcão do Millennium BCP irá fechar "durante dois ou três dias por semana".

Também João Poças, habitante de Salto, marcou presença no protesto, lembrando que um banco é "indispensável", principalmente numa localidade virada para o setor agrícola. "Esta situação afeta-nos bastante. Grande parte das pessoas habitantes são agricultores e seria importante fazerem-se alguns esforços, a nível das entidades competentes, para evitar este fecho", vincou.

João Poças teme que "o Interior e Norte do país acabem por ficar totalmente desertificados".

O presidente da Câmara de Montalegre, Orlando Alves, e o presidente da Câmara de Ribeira de Pena, João Noronha, estão hoje em Lisboa para uma reunião com o presidente do conselho de administração do Crédito Agrícola.

O balcão da instituição bancária na vila de Cerva, no concelho de Ribeira de Pena, também está previsto encerrar.

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