A Cooperativa de Educação, Reabilitação, Capacitação e Inclusão de Montalegre, CRL (CERCIMONT) apresentou, esta tarde, o projeto do novo CAO – Centro de Atividades Ocupacionais e do Lar Residencial, cuja construção está prevista para o Loteamento da Veiga, num terreno cedido pela câmara municipal à instituição, depois de terem chegado à autarquia 38 reclamações de moradores do bairro, que se opõem ao local escolhido.
“O lote está integrado num loteamento para equipamentos urbanos e é propriedade da câmara, realmente os moradores tem os seus interesses e que são legítimos, que temos de respeitar”, referiu Fernando Rodrigues, presidente da CERCIMONT, alertando para o impacto social e económico do projeto no concelho.
“Esta é a oportunidade que temos de apresentar uma candidatura ao Programa Pares (Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES), que pode vir a ter sucesso e que para além da resposta social nesta área, que é importantíssima, pode criar 23 postos de trabalho em Montalegre”, sublinhou.
Fernando Rodrigues teme que, caso este diferendo não se venha a resolver a tempo, a candidatura e o projeto caiam por terra, cujo prazo de entrega foi protelado. “Já ganhamos mais 30 dias, que o governo concedeu até final de dezembro, para podermos conversar e sarar algumas feridas e reformular alguma coisa e podermos salvar o projeto”, disse acrescentado que “o que temos agora é este projeto ou não há nenhum e poderá só haver outro dentro de quatro, cinco seis anos, muito provavelmente já sem apoios ou fundos comunitários ou utentes para estes equipamentos”.
Já Orlando Alves, presidente da autarquia, referiu que “nunca nos passou pela cabeça” que houvesse opositores a um “projeto tão enriquecedor para a terra e para a comunidade barrosã e principalmente para as franjas sociais que vivem com o problema de lidar com pessoas que precisam de cuidados especiais”. “São esses cuidados que a CERCIMONT está a prestar em condições precárias e a comunidade montalegrense e os moradores do bairro têm todo o direito de reclamar, já o fizeram, mas devem valorizar , acima de tudo, o aconchego físico e moral que estamos a preparar para essas pessoas”, referiu o autarca deixando no ar que, por detrás das reclamações estão “outras motivações” e que “haverá um dia em que tudo se tornará mais claro”.
Na plateia, na sessão de apresentação, uma das moradoras em causa, que no final não quis falar para o microfone da VTM apelidou o projeto de “interessantíssimo” e diz não estar contra o projeto, mas sim contra local escolhido e principalmente pelo facto de a autarquia não ter auscultado os moradores do bairro.
O projeto, com um investimento de 1,5 milhões de euros, tem prevista a construção um centro de atividades ocupacionais e um lar residencial e que vai servir 30 utentes, numa candidatura ao Programa Pares (Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais)