“A renovação geracional é o grande desafio, daí que temos programas de apoio que fazem alguma diferenciação, no sentido de apoiar os projetos de jovens agricultores”, refere.
Ainda assim, “nos últimos sete anos, com o quadro comunitário que está prestes a terminar, conseguimos instalar 1900 jovens no norte do país. É um número bom, mas o importante é que tenham sucesso e fiquem por cá”.
A responsável pela DRAPN adianta, ainda, que “é fundamental entrar na vertente do conhecimento e da inovação. Onde vejo mais jovens é no setor do vinho, já a área da pecuária é aquela para a qual temos mais dificuldades em captá-los”.
“O caminho é apostar nas novas tecnologias”, salienta, referindo que “vamos abrir um aviso de 12 milhões de euros para a agricultura de precisão, para a utilização de novas tecnologias ligadas à agricultura, como a eficiência da rega. É esse o caminho para atrair jovens e novos quadros”.
Questionada por Paulo Reis Mourão sobre a PAC (Política Agrícola Comum), que para o professor “favorece os grandes países produtores, a agricultura extensível, não pensa na biodiversidade e os apoios são atribuídos ao proprietário e não ao usufrutuário”, Carla Alves lembrou que “a PAC foi criada no final da segunda guerra mundial, porque havia necessidade de produzir”.
“No contexto atual de guerra, e com a pandemia, foi preciso pensar na nossa soberania alimentar”, frisa, acrescentando que “a PAC está em constante adaptação”.
Ainda sobre a pandemia, destaca a campanha “Alimente quem o alimenta”, lembrando que “os nossos agricultores foram resilientes. Nunca faltou nada nos supermercados”.
E porque a agricultura é “muito importante para a economia de um país”, lamenta o facto de “consumirmos apenas 18% da produção nacional”. O objetivo, garante, “é chegar aos 33% e para isso, em janeiro de 2023, vai entrar em vigor um conjunto de medidas de apoio à produção. Vamos dar um determinado montante por hectare, sendo medidas que vão apoiar quem efetivamente produz”.