Domingo, 27 de Abril de 2025
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“Os bombeiros merecem mais atenção”

Hernâni Carvalho sempre quis ser bombeiro, pelo menos é isso que atesta uma composição escrita na escola, que a sua avó não esquece.

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“Esta é uma profissão do imaginário de muitas crianças, eu fui mais uma, mas a ideia materializou-se na adolescência”, afirma, referindo que “conto com uma carreia de bombeiro voluntário com mais de 20 anos”.

E apesar das dificuldades e desafios que o setor enfrenta, o comandante dos Bombeiros de Salto não se arrepende da decisão que tomou. “São mais de 20 anos de carreira, 20 anos de coisas boas e coisas más, naturalmente, mas de uma experiência que nos marca, que nos ajuda a construir enquanto pessoas e nos ajuda a crescer. Se fosse hoje, tomava a mesma decisão, até porque já não vejo a minha vida sem os bombeiros”.

No “Contrasenso”, o também presidente da Federação Distrital dos Bombeiros de Vila Real destacou alguns dos desafios da classe e criticou a reorganização da Proteção Civil, que “não penaliza só os bombeiros, mas, sobretudo, a população”.

“Tentou-se falar numa questão de proximidade, que nós não percebemos, tentou-se falar numa questão de reorganização administrativa e acessos de quadros comunitários por parte das comunidades intermunicipais, que nada tem a ver com a questão operacional, e é bom que não se confunda uma coisa nem outra. Falou-se numa alegada proximidade, que nunca compreendi. Esta reorganização só nos penalizou”, afirma.

E continua salientando que “quase todas as salas de operações que foram criadas têm um déficit claro de funcionários e só estão abertas com recurso ao trabalho dos bombeiros voluntários”. Sobre isto, Hernâni Carvalho deixou, ainda, uma pergunta, à qual poderá não ter resposta por quem de direito. “Será que a proteção civil precisa de mais de 20 salas de operações? Já alguém parou para pensar qual é o trabalho efetivo destas salas de operações ou de tantas salas de operações na maior parte do ano?”.

Apesar de tudo, salienta que “os bombeiros provaram, na sua plenitude, que seja qual for a forma em que as estruturas do Estado se organizam, os bombeiros os respondem e estão lá a ajudar a população”.

“Nos últimos anos tem havido muito pouca atenção para este setor, designadamente para aquilo que é uma necessidade emergente de profissionalizar a primeira linha de socorro e dar condições de trabalho aos profissionais das associações para que tenham, nos seus quadros e nas suas fileiras, gente com horários de trabalho definidos, com vencimentos dignos, com condições de trabalho capazes”, vinca.

“Acho que começa de facto a ser tempo de se arrumar a casa e de o país retribuir um bocadinho o tanto que os bombeiros de Portugal lhe tem dado”, conclui Hernâni Carvalho.

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