A qualidade da Rampa, elogiada pela totalidade dos pilotos, sobretudo ao nível do traçado e da segurança, catapultou-a para os mais altos patamares, ao ponto de, apenas realizadas quatro edições (2016, 2017, 2018 e 2019), ser escolhida pela FIA (Federação Internacional do Automóvel) para integrar o Campeonato Europeu de Montanha em 2020.
Em virtude da Covid-19 e das restrições impostas para travar a pandemia, todos os eventos desportivos programados para o ano de 2020 foram cancelados e a Rampa de Boticas viu adiada para 2021 a sua estreia como palco principal do Campeonato Europeu de Montanha, que viria a acolher entre os dias 7 e 9 de maio. Pese embora todas as restrições e o rigoroso Plano de Contingência que a organização teve que implementar, a prova do Campeonato Europeu de Montanha viria a saldar-se como um grande sucesso, contando com a presença de perto de uma centena de pilotos, provenientes de vários países europeus. A vitória pertenceu ao italiano Simone Faggioli (em Norma M20 FC), que estabeleceu um novo record do traçado ao conseguir percorrer os mais de cinco quilómetros em apenas 1m57.455s, depois de uma disputa intensa com os seus compatriotas Christian Merli (Osella FA30) e Diego Degasperi (Osella FA30).
O balanço da prova de Boticas pontuável para o Europeu da especialidade foi muito positivo, com os pilotos e os responsáveis da Federação Internacional do Automóvel (FIA) a ficarem surpreendidos com a organização, caraterísticas do traçado e, sobretudo, com a segurança do evento. O feedback dos participantes foi de tal forma positivo ao ponto de serem vários os pilotos internacionais a considerarem o traçado de Boticas como um dos três melhores da Europa, o que deixa antever boas perspetivas de muito em breve o circuito de Boticas poder voltar a receber uma prova automobilística de envergadura internacional.
O TRAÇADO
A Rampa de Boticas tem um traçado com cinco quilómetros de extensão, um desnível de 800 metros, do ponto mais baixo para o ponto mais alto, e uma inclinação média de 10%.
O
traçado encontra-se vedado em todo o seu percurso, com rails simples, duplos e triplos, de acordo com a perigosidade de cada local e o ângulo de cada curva. Na parte inicial do percurso, em particular na zona empresarial do Padrão, a segurança é garantida através da colocação de ‘jerseys’ de cimento e de plástico.
O traçado apresenta caraterísticas únicas que reúnem os principais atrativos que os pilotos procuram neste género de competição, com zonas muito técnicas (de curva e contracurva), pendentes com percentagem de inclinação na ordem dos 35%, mas também muitas zonas rápidas e de aceleração, que permite aos pilotos tirarem o máximo rendimento e potência das suas máquinas.
Conta também com uma zona de desaceleração extensa, que permite a total segurança de pilotos e público, bem como um Parque de reagrupamento com uma área superior a um hectare.
O “Paddock”, Parque de Assistência e Parque de Verificações Técnicas fica localizado no recinto da Feira, junto aos armazéns municipais, permitindo uma área ampla para instalação das equipas e material de apoio. O Parque de pré-partida fica localizado na variante de Boticas, numa localização que permite a rápida deslocação entre o Paddock e a zona de partida.