É este o lema do novo Bispo Auxiliar de Braga, D. António José da Rocha Couto, uma mensagem de esperança que se tornou mais transparente durante a celebração que se realizou no Domingo passado, na vila de Cucujães.
O novo Bispo é natural do Marco de Canavezes mas, em virtude de ser até há pouco o Superior Geral da Sociedade Missionária da Boa Nova que tem naquela vila a sua casa mãe, a ordenação efectuou-se lá. Houve uma cuidadosa preparação das pessoas e do espaço e daí resultou uma solene celebração, na qual tomaram parte padres daquela região da diocese do Porto, de Braga e de outras dioceses, antigos alunos da UCP, muitos religiosos e leigos que frequentaram as aulas de Sagrada Escritura que o novo Bispo ministrou na Universidade Católica (Centro do Porto). Presentes o Reitor e professores da UCP, as Câmaras de Oliveira de Azeméis, S. João da Madeira, Santa Maria da Feira, e Marco de Canavezes, a mãe e avó e familiares de D. António Couto. O local escolhido foi o grandioso pavilhão do Clube Desportivo da vila, devidamente preparado (A propósito, quando é que Vila Real, capital de distrito com tantos eventos sociais, académicos e religiosos, consegue um pavilhão semelhante?)
Presidiu à ordenação o Arcebispo de Braga, ladeado dos bispos do Porto e de Leiria e concelebraram quase todos os bispos de Portugal.
Na homilia do Presidente e na saudação do novo Bispo, foi lembrado o clima de desorientação da sociedade actual, sem princípios basilares e sem rumo, onde nem a vida humana é respeitada, tornando-se cada vez mais indispensáveis o ministério da Igreja e a mensagem do Evangelho. A esse respeito, percebe-se melhor o lema escolhido por D. António Couto, uma frase arrancada do livro do profeta Jeremias que assistiu nos séc. VII e VI a. C. à prisão e deportação das autoridades de Judá para Babilónia, à destruição da cidade incluindo o próprio templo de Jerusalém, e, no meio daquele «fim do mundo», disse ver «um ramo de amendoeira», a árvore que floresce no Inverno: tudo aquilo era a purificação do povo, o fim de um ciclo e o início de outro. É esta mensagem de esperança que o novo Bispo disse querer levar consigo ao mundo actual, o Evangelho, a «boa nova» e ensinar a aprender a ver as ruínas não como o fim de tudo mas a purificação do mundo. Ver para além da catástrofe imediata. O crente é realista, não ignora a realidade, mas não é materialista, e o fim de uma estrutura não é o fim de tudo.
D. António Couto esteve em Vila Real neste verão a orientar o retiro espiritual do Clero diocesano e, no ano passado, proferiu no Arquivo distrital uma conferência sobre o mistério de Jesus integrada na celebração das bodas de prata episcopais do senhor Bispo e bodas de diamante do Seminário diocesano. Por isso, várias as pessoas se deslocaram a Cucujães para o acompanhar na sua ordenação.