Sexta-feira, 24 de Janeiro de 2025
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1.539 animais foram atropelados nas estradas portuguesas em 2023

A Infraestruturas de Portugal (IP) registou, no ano passado, 1.539 atropelamentos de animais nas estradas portuguesas, menos 28,3% do que em 2022.

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A recolha dos dados sobre a mortalidade da fauna nas estradas portuguesas é feita desde 2010 pelas Unidades Móveis de Intervenção e Apoio (UMIA) distritais da IP.

No relatório de 2023, o mais recente da empresa, a informação é relativa a cerca de 13.830 quilómetros de vias que estão sob gestão direta da IP, na sua maioria estradas nacionais (EN) ou regionais (ER).

Em 2023 foram registados 1.539 atropelamentos no continente, o que representa uma diminuição em cerca de 28,3% do valor registado em 2022 (2.147) e 37,7% mas baixo do que o valor médio dos anos 2015 a 2022 (2.471,9).

A bióloga Graça Garcia, coordenadora do relatório, explicou, em declarações à agência Lusa, que “é natural existirem flutuações nestes números, decorrente de variáveis como o clima, disponibilidade alimentar, as doenças epidemiológicas, assim como as alterações nos níveis de tráfego”.

Contudo, ressalvou que “a IP tem levado a cabo, nos últimos anos, um conjunto de medidas que têm contribuído para diminuir o número de atropelamentos”.

“A continuidade do Programa de Monitorização da Mortalidade de Fauna permite avaliar a eficácia das medidas implementadas, tendo já sido possível perceber uma redução da mortalidade das espécies-alvo na maioria dos troços intervencionados, demonstrando que os objetivos do programa estão a ser cumpridos”, sublinhou.

De acordo com o relatório, o grupo que registou mais mortalidade foi o dos animais domésticos, com 488 ocorrências (32%). Dentro deste grupo, os registos de maior mortalidade nas estradas foram de gatos, uma vez que “têm mais facilidade em trepar as vedações existentes nas autoestradas”.

No que respeita a animais silvestres, a maior incidência verificou-se nos mamíferos carnívoros (70,6%), maioritariamente raposas, seguindo-se as aves (23,5%), como as garças-boleiras e as aves noturnas de rapina.

Em menor número foram os répteis (3,3%) e os anfíbios (2,4%), o que poderá estar relacionado com “a sua baixa detetabilidade e elevada taxa de degradação”.

No que respeita a animais de grande porte, as ocorrências aumentaram relativamente ao ano anterior, tendo sido registadas as mortes de quatro corços, nove veados e 63 javalis.

As estradas identificados como mais problemáticos pela IP foram o Itinerário Complementar 1 (IC1), o IC33 (Santiago do Cacém – Grândola), Estrada Nacional 4 (EN4, Montijo – Elvas), EN114 (Peniche – Évora), EN18 (Guarda – Ervidel), EN380 (Évora), IC8 (Pombal – Vila Velha de Ródão), EN260 (Beja – Vila Verde de Ficalho) e IC27 (Castro Marim – Alcoutim).

A melhoria das vedações existentes e a construção em estradas onde não existem, assim como a edificação de passadiços e a realização de obras de beneficiação são algumas das medidas que a IP tem levado a cabo no sentido de reduzir o número de animais que são atropelados.

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