Agora que o preço do petróleo estagnou, com lideranças incompetentes na exploração do petróleo, depois da limpeza geral que se realizou para se colocar nas chefias os fiéis ao poder e até familiares e amigos, com um Estado enfraquecido nas suas instituições, com a concorrência de outros países com grande capital energético, não restou senão caminhar para o precipício económico e a degradação humana e social.
A Venezuela é mais um exemplo límpido e cristalino do alto preço que o povo paga pela cegueira ideológica dos governantes, das teias de corrupção que os políticos constroem e alimentam, dos grupos de interesses que tomam conta das riquezas de um país sem se importarem com o bem do povo e o desenvolvimento do país, da insensatez e da incompetência de muitos maus políticos que só querem o poder pelo poder. A Venezuela tem das maiores reservas de petróleo do mundo, tem imensos recursos naturais, tem uma rica e diversificada paisagem natural, tem mar. Tem todas as condições para ser um país rico e desenvolvido e assim proporcionar aos seus cidadãos grandes níveis de bem-estar. No entanto, grande parte do seu povo foi arrastada para a fome, a miséria, a morte, a fuga do país.
Por todo o mundo, estão a ser lançados pedidos de ajuda para os muitos venezuelanos que estão a passar grandes dificuldades. Muitas Dioceses portuguesas vão destinar parte da renúncia quaresmal para os pobres da Venezuela. De momento, o imperativo é esse, mas custa ver como é que se chegou a este ponto, termos de ajudar um país que tem todas as condições para não ter pobres. A melhor caridade para com um povo, primeiro que tudo, é a prevenção contra maus governantes e maus regimes, impedir que políticos incompetentes ou oportunistas, com férreas visões ideológicas inconsistentes ou tacanhas visões de progresso, tomem as rédeas do poder e governem para grupos de interesses, fomentando a injustiça, a opressão, a desigualdade e a miséria.