Maria do Rosário
Bryan (B): Há quanto tempo é professora?
O primeiro ano foi em 1996, ou seja, há 27 anos.
B: Já trabalhou em quantas escolas?
Trabalhei em 15 escolas.
B: De entre todas essas escolas, como classificaria esta?
É a escola em que estou há mais tempo, “5 estrelas”. Gosto muito da escola e dos alunos.
B: Ao longo do tempo, o comportamento dos alunos mudou?
Sempre houve casos de alunos mal-comportados, mas tive alunos muito maus, era difícil dar uma aula, mas agora, no geral, não tenho razões de queixa.
B: De 0 a 10, como classifica o interesse dos alunos?
Dependendo de algumas exceções, o interesse é baixo. Se calhar não chega a 5. Muitos desmotivam-se, porque veem que aqueles que não se esforçam e trabalham pouco, passam na mesma.
B: Como começou a sua carreira?
Sempre imaginei ser professora. Quando escolhi seguir Humanidades, no 10º ano, era já com essa ideia, ser professora de História ou Geografia, depois optei por História. Se calhar, porque tive como exemplo o meu pai, que foi professor e sempre achei muito bom lidar/estar com jovens.
Anónima
Mariana (M): Há quanto tempo é professora?
Sou professora há 23 anos.
M: Que conselho daria a alguém que está a começar a carreira de professor?
Tem que ter amor à camisola, não é fácil, hoje em dia, os alunos não são fáceis.
M: Como começou a gostar da profissão?
Pelo gosto da disciplina e querer ensinar os alunos, demonstrar aos alunos a beleza da disciplina.
M: Como procura manter os alunos interessados nas aulas?
Temos que realizar tarefas motivadoras.
M: Na sua opinião, quais são os recursos ou métodos didáticos mais eficazes?
Recursos digitais, sem nunca descuidar a leitura, a interpretação e a escrita.
M: Ao longo do tempo, o interesse dos alunos mudou?
Mudou muito, diminuiu o poder de concentração.
M: Como classificaria o interesse dos seus alunos?
4/10, em média, de um modo geral, os alunos não estão minimamente interessados em aprender.
M: Acha que o seu salário é suficiente, para o que faz na escola?
Podia ser melhor.
Maria José Miranda
Inês (I): Há quanto tempo é professora?
Há 29 anos.
I: Já trabalhou em quantas escolas?
Em sete escolas.
I: Entre essas escolas, como classificaria esta?
É uma escola inclusiva, que coloca cada aluno no centro das suas preocupações. É uma boa escola.
I: Como começou a sua carreira na educação?
Depois de ter tirado uma licenciatura em ensino de línguas, na Universidade de Coimbra e outra na UTAD. O meu primeiro ano como professora foi interessante, porque aconteceu na escola onde tinha estudado sempre e onde alguns dos meus colegas tinham sido meus professores. Alguns dos meus alunos tinham sido sempre meus vizinhos e outros meus amigos. Foi muito engraçado.
I: A escola ainda é um sítio para aprender e ensinar?
Sim, sem dúvida. Ainda é o local onde as crianças e jovens devem ir para socializar e para aprender com toda a comunidade educativa, fora e dentro das salas de aula.
I: O que acha de professores serem colocados a quilómetros para trabalhar?
É uma situação complicada. É muito cansativo e dispendioso. Os professores ficam exaustos, sem grande tempo para passarem com as suas famílias e não dispondo, também, do tempo necessário para prepararem melhor as aulas. Gastam grande fatia do salário em deslocações e andam sempre cansados. Já passei por essa situação e sei que durante esses anos não vivi, sobrevivi.
I: Acha que o seu salário é suficiente para o que faz na escola?
Para começar, gosto do que faço. Por isso, poderia responder que é suficiente. No entanto, quando iniciei a minha profissão foi com a expectativa de que nesta fase já estaria num escalão superior, por isso, não posso dizer que seja suficiente, tendo em conta toda a responsabilidade inerente e o investimento feito.
I: Na sua opinião, quais são os recursos ou métodos didáticos mais eficazes?
Isso depende de cada aluno. Os métodos e os recursos mais eficazes serão aqueles que permitirem que cada aluno aprenda. Para alguns são os recursos mais visuais, para outros os auditivos. Cada aluno é diferente e aprende de forma diferente. Por isso, os professores devem, sempre que possível, preparar aulas com recursos diversificados, para permitir que todos aprendam.