Dizem os técnicos que é uma doença que aparece, em média, de cinco em cinco anos. 2007 foi a altura do chamado “míldio de Verão”, popularmente conhecido por “alcarrote”, fazer das suas, em algumas zonas da região duriense, nomeadamente nos concelhos de Peso da Régua, Vila Real, Sabrosa e Alijó.
No primeiro, este fungo foi sentido nas freguesias de Galafura, Poiares, Canelas do Douro e Covelinhas. Cachos secos e mirrados foram os testemunhos desta doença que afectou grandes áreas de vinhedos, em particular os que estão debruçados sobre o rio Douro.
Fernando Alves, responsável pela Associação de Desenvolvimento da Viticultura Duriense, confirmou, ao Nosso Jornal, que “o míldio de Verão tem um período cíclico, de cinco em cinco anos” . Em relação à palavra “alcarrote”, tecnicamente, não existe, sendo apenas uma deformação de fonética do “black rot” (bago negro), outra doença que existe e que afecta, por vezes, as vinhas durienses.
O ataque de míldio, neste Verão, atingiu as folhas e os cachos já fechados (“rot brun”). Nas vinhas, pode ver-se cachos destruídos por ataques de míldio. Observa-se, também, cachos semi-destruídos por ataques, já em altura da floração e outros, maduros, que sofreram um ataque de míldio tardio, antes do início da maturação.
Em Sabrosa, Gouvinhas e Ferrão são zonas onde o míldio de Verão fez estragos. A ocorrência de um Verão por vezes húmido e fresco contribuiu para que a doença grassasse, de forma descontrolada.
Ao que apurámos, em Galafura, há viticultores que viram danificadas, em percentagens a rondar os 20 a 30%, as vinhas afectada. Há quem garanta que esta doença é de origem pré-filoxérica.
Jmcardoso