Não sei qual foi o conteúdo da reunião, mas por experiência adquirida, sei que nada será como antes.
Para o licenciamento desta obra, a autarquia recebeu da DRCN um parecer vinculativo que obriga a haver acompanhamento arqueológico, contudo só contratou um técnico(a) de arqueologia, um mês depois de ter dado início ao abate de árvores, e todos sabemos porquê…. Quem é responsável por um erro tão primário que pode ter causado dolo ao nosso património arqueológico? Há fiscalização na obra? Não, porque ainda não foi contratada? Quem controlou, ou quem controla neste momento o desempenho do empreiteiro na obra?
Terá existido, nas escavações feitas, crime público? Porque não se cumpriu a lei? Se nesta obra impactante, se constata procedimentos ilegais, como será a atuação da autarquia em obras menos “conhecidas” ? São demasiadas questões…, para quem deveria ser um exemplo no cumprimento da lei.
Haverá consequências para os irresponsáveis, por tamanha falta de responsabilidade? Provavelmente não, porque estamos num país em que os políticos gozam de uma impunidade quase constante e a incompetência é premiada.
Também não podemos deixar de questionar o comportamento do sr. diretor da DRCN, este organismo ironicamente sediado em Vila Real, nunca exerceu o seu dever de fiscalização, se o tivesse feito, poderia ter evitado eventuais situações de lesa património. O responsável da DRCN só interveio quando foi obrigado a tal…, e só o fez, quando não teve qualquer margem de manobra para o evitar. Não é em vão, que existe o partido dos “amigos” e familiares.
A CMVR sabe do mediatismo e do impacto que esta obra está a ter no município, o responsável máximo da autarquia, será sempre o sr. presidente, mas não querendo aligeirar as suas responsabilidades, sou de opinião que o sr. vereador do pelouro, é o maior responsável político e técnico desta deplorável situação. Pois, se forneceu a informação necessária aos serviços técnicos, e estes não souberam exercer o seu dever, coloca-se aqui a responsabilidade e competência de quem coordena e estruturou de forma ineficaz os serviços. Mais grave será, se sonegou informação, que impediu os serviços técnicos de colocar em prática todas as medidas necessárias. Em ambas as situações, deve assumir a sua irresponsabilidade e demitir-se, pois, a sua atuação indicia que conduziu o processo de forma premeditada com eventual má fé e outros alegados interesses…
Coloca-se uma última e pertinente questão, será que o executivo municipal se revê neste “conjunto de incumprimentos”, e será solidário politicamente com o sr. vereador?
Termino citando John Wooden: “A habilidade pode levar-vos ao topo, mas é preciso caráter para se manterem lá…”