Afinal, o Posto de Turismo de Sabrosa pode não ficar nas antigas instalações do Grémio da Lavoura local. O processo negocial, entre o Município duriense e a Casa do Douro, está num impasse. E a culpa é, segundo o Presidente da autarquia de Sabrosa, José Marques, “da Casa do Douro”.
“Lamentavelmente, o processo não desata. Há contactos com a Casa do Douro, tivemos algumas reuniões e a CD ficou de nos apresentar uma contraproposta, mas, até à data, não a fez. Neste âmbito, não posso continuar à espera do que não chega. Fizemos uma proposta de compra à CD e, dado que entendeu que estávamos muito aquém do valor, foi sugerido um acordo de comodato e apresentámos uma proposta, neste contexto. Quer numa quer noutra, não houve, até a data, qualquer resposta. Já fizemos aquilo que deveríamos ter feito” – concluiu o autarca que prosseguiu: “Além disso, foi-nos prometido, em tempo útil, que fariam eco do nosso interesse, mas não chegou e o Verão está a aproximar-se. Não posso esperar e tenho de encontrar uma outra solução. Sendo assim, estamos, neste momento, a equacionar o posto de turismo noutro espaço na vila”.
O autarca, contudo, “gostaria que fosse o edifício do antigo Grémio da Lavoura, pela sua dignidade, história, e ligado que está à história do associativismo da região, a albergar o posto de turismo. Seria uma mais-valia, para todos, e, inclusivamente, uma homenagem à viticultura da região – disse.
Por sua vez, o Presidente da Casa do Douro, Manuel António dos Santos, desdramatiza este impasse, adiantando que “logo que estiverem reunidas as condições, em termos de tempo, para analisar o assunto, este será abordado. Há vontade de ambas as partes e estou ciente de que se vai encontrar uma solução” – garantiu.
Recorde-se que os Grémios da Lavoura apareceram em 1932, altura da construção do edifício de Sabrosa, em que o regime corporativo organizava os Grémios da Lavoura, com representação dos Sindicatos locais, constituídos pelos proprietários cabeças – de – casal. Por seu turno, os Grémios Concelhios passariam a associar-se na Federação Sindical dos Viticultores da Região do Douro – Casa do Douro, organismo encarregado de proteger e disciplinar a produção, na altura.
Já agora, recorde-se, também, alguns poderes que foram instituídos à Casa do Douro, na altura, para elaborar a actualização do cadastro, distribuir o benefício, fornecer aguardente aos produtores, fiscalizar o vinho na região demarcada e conceder as guias para os vinhos a ser transportados para o Entreposto de Gaia.
Bons tempos…
Jmcardoso