O “Álbum de Família” surge da experiência trabalhar com as crianças ao longo de 19 anos e passou agora para a televisão. São, para já, 10 episódios, cada um com um tema diferente.
“Isto é a Rua Sésamo dos tempos modernos”, começa por dizer Filipa Coutinho, mentora do projeto, referindo que “a Rua Sésamo falava de números, cores e letras. Hoje em dia o que faz falta é falar de sustentabilidade, noção de família, de comunidade, de integração social, de alimentação saudável”.
Segundo Filipa Coutinho, “o que fizemos foi pegar nestes valores tão importantes, de proteção do outro e do planeta, e juntámos a temas também importantes como o lavar os dentes, as mãos, a rotina diária, os medos, a segurança na rua e alimentação cuidada”.
São as próprias crianças que, em cada episódio, trazem à baila um determinado problema. “Num dos episódios, por exemplo, a Rita e a Carlota não querem lavar os dentes. Os tios, a Julieta e o Xavier, abrem o álbum de família e contam uma história, que ganha vida em desenho animado. O problema é resolvido com uma história leve”, explica.
O projeto conta com músicas originais e o “Álbum de Família” estava guardado na gaveta há algum tempo, até que a pandemia, e os espetáculos online, despertaram a atenção para um outro problema, a falta de famílias de acolhimento em Portugal. “No nosso país existem sete mil crianças institucionalizadas e apenas 200 famílias de acolhimento. Sentimos que tínhamos de fazer alguma coisa e queremos cada vez mais pessoas a fazerem parte desta nossa família”, frisa Filipa Coutinho.
ATELIÊS
Voltando aos ateliês, são um espaço onde os mais novos, com a ajuda de animadores, “cantam, pintam, têm acesso às receitas apresentadas no episódio, fazem jogos, como o da cabra cega sentada, das almofadinhas ou da mosca invertida”.
O ateliê do mês de agosto, por exemplo, trata o tema da segurança na rua. “Temos a técnica do vê-vê, eu vejo-te a ti e tu vês-me a mim. Brincar sim, e muito, mas sempre com a certeza de onde está o adulto”.
E sobre este tema, Leonor, de sete anos, está bem informada. “Quando vou na rua tenho cuidado com os carros, olho para os dois lados e passo na passadeira. E tenho de ter atenção, para não andar sozinha”.
Quanto ao ateliê, “fiz uma abelha, colei os autocolantes na receita, pintei e estou a gostar muito”. O próximo passo é ir ver a série, que ainda não conhece.
Uma das animadoras, Ana, confessa que a adesão “tem sido muito boa” e que “criámos momentos muito giros entre pais e filhos, que acabam por passar tempo de qualidade juntos”.[/block]