O SIPAM (Sítios Importantes do Património Agrícola Mundial), ou Globally Important Agricultural Heritage Systems (GIAHS) no original, é um conceito que classifica os sistemas agrícolas vivos, que envolvem as comunidades numa relação simbiótica com o território, a paisagem cultural e agrícola, e o ambiente.
O Barroso, que inclui Montalegre e Boticas, recebeu a distinção de Património Agrícola Mundial, pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) há quase sete anos, por reconhecer a existência neste território de um sistema agrícola com especificidades que o caracterizam, como a dinâmica, técnicas e modo de produção. O selo contribui para a implementação de processos de salvaguarda das paisagens, biodiversidade agrícola e dos sistemas de conhecimento.
Um desiderato para o qual este novo espaço vai também contribuir. O centro que surge em três edifícios do Antigo Centro de Formação de Aldeia Nova, que está a ser requalificado, vai incluir um Centro de Demonstração e prova de produtos endógenos, um Centro de Interpretação do Território e um Centro de Apoio à realização de atividades de montanha e interpretação da paisagem.
O investimento global do projeto é de cerca de 1,9 milhões de euros, e terá como objetivo assegurar a valorização económica de recursos endógenos em espaços de baixa densidade, através da dinamização de estratégias específicas de promoção da competitividade territorial.
Enquadrado nas atividades do Centro de Apoio à realização de atividades de montanha vai ser colocado um ancoradouro na Albufeira do Alto Rabagão, bem como a aquisição de diverso equipamento de apoio às atividades a levar a cabo.
Segundo o município, o Centro SIPAM, com três valências, vai acolher visitantes que querem conhecer o território do Barroso, assim como estudiosos. Permitirá ainda a escolas superiores com formações em áreas relacionadas com as temáticas ali presentes desenvolverem investigação e atividades no âmbito do património agrícola, pecuária, ambiente, cultura e turismo.
Ligado ao centro está o projeto ValorBarroso, uma parceria da autarquia com o Instituto Politécnico de Bragança, que vai disponibilizar 12 bolsas de doutoramento.