Ir à Régua e não comprar rebuçados é como ir a Roma e não ver o Papa.
Quem chega ao largo da Estação da cidade da Régua já reparou nas “rebuçadeiras” que, com o seu pregão tradicional, tentam captar a “freguesia”. Com as suas vestes brancas, elas disputam, a palmo, o cliente.
“Olha o rebuçado da Régua! Leve, senhor, que como estes não há igual!” é o regateio habitual. Ao todo, deve existir uma dezena de rebuçadeiras. Não têm horário de trabalho. Começam logo “pelos primeiros comboios e autocarros da manhã”, e acabam “já de noite”.
O rebuçado da Régua é, sem dúvida, um dos “ex-libris” mais importantes da cidade. A sua fama já chegou a muitos pontos do país. Tanto que, em algumas terras, há já quem os tente imitar. As suas origens perdem-se nos tempos. Há quem diga que os Romanos chupavam os rebuçados da “Regula”. Para uns, não existe segredo, na sua confecção, para outros, há.
Mas, afinal, quais são os ingredientes que entram na confecção destes apreciados rebuçados? Somente açúcar e água, havendo quem lhe junte alguns extractos de plantas e cascas de citrinos. O sabor (e o tamanho) varia, de rebuçadeira para rebuçadeira. Um saco com dez rebuçados ronda os dois euros. O melhor período para vender é nesta altura, quando começam as romarias mais importantes da região. As festas do Socorro e dos Remédios são boas ocasiões, para amealhar alguns euros. Neste momento, já existe uma unidade de fabrico de rebuçados, cuja distribuição é feita por todo o país. Apesar de ser conhecido, a nível nacional, o rebuçado da Régua ainda não foi objecto de qualquer estudo, para preservar a sua origem. Várias entidades se têm debruçado sobre a possível criação de uma DOP (Denominação de Origem Protegida).
Jmcardoso