A Comissão Diocesana, criada para assinalar esta data, entendeu por bem solicitar ao Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa que investigasse e organizasse cientificamente estes três encontros. 100 anos, nas palavras de Adélio Abreu, que abriu os trabalhos do dia, “não é muito tempo, mas é, certamente, tempo mais do que suficiente para evocar a memória de um percurso vivido, reconhecer-se nesse percurso e também perspetivar o seu futuro”.
Este primeiro colóquio, intitulado “Do Reino à República: uma nova igreja num país em transformação”, procurou, como referiu D. António Augusto, dar a conhecer o pano de fundo político, social, económico e eclesial no qual se enquadra a génese da diocese, bem como intentar na resposta da Igreja aos desafios globais.
A primeira conferência foi proferida por Armando Malheiro da Silva e versou sobre “Portugal na conjuntura de 1890 a 1926”, procurando assim fazer uma resenha histórica do final do século XIX e inícios do século XX.
A segunda hora, dedicada ao tema “Catolicismo e Republicanismo para lá da Igreja Católica e da República”, contou com a intervenção de Sérgio Ribeiro Pinto.
Relativamente à mesa redonda, iniciou-se com a intervenção de Elisabete Matos, que procurou explicar a alegria de ser um cristão ativo na sua paróquia e, ao mesmo tempo, exercer funções autárquicas. Uma coisa não invalida a outra, como é óbvio. Poderá até existir um “clima” de união que nos levará a perceber que estamos juntos e que ninguém se salva sozinho.
A segunda intervenção ficou a cargo de Henrique Oliveira, presidente da Cáritas Diocesana. Através de um testemunho pessoal e referindo vários documentos, o orador explicitou qual o papel da Cáritas na relação com a diocese. Alertou ainda que a fraternidade está para além das forças do Estado e, por isso, “cabe-nos a nós e a este tipo de instituições sociais entender a fraternidade cristã e pô-la em prática no aqui e no agora”.
Por fim, falou Altamiro Claro, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Valpaços, que nos elucidou acerca da importância das misericórdias num território tão desertificado como é o da diocese de Vila Real. Recordou-nos que a Misericórdia é uma IPSS católica e que, desse modo, procura guiar-se pelas 14 obras de misericórdia, auxiliando-se de todas as suas (e são muitas) valências. Abordou ainda o tema dos números, lembrando o papel preponderante da instituição que dirige, não só no que diz respeito àqueles a quem é prestado auxílio, mas também no número de postos de trabalho que tem capacidade de criar.