Uma das principais revistas de vinhos dos Estados Unidos, a “Wine Enthusiast”, atribuiu, na semana passada, a um vinho do Douro, noventa pontos, após uma prova onde intervieram alguns dos melhores enólogos americanos e conceituados jornalistas da especialidade.
Este vinho, produzido com uvas da quinta “Beira Douro”, em Ervedosa (S. João da Pesqueira), foi concebido pela enóloga Marta Casanova, para a empresa francesa dos irmãos Jacques e François Lurton, de Bordéus. Recebeu o nome de “Pilheiros”, em referência às cavidades dos muros de xisto, por onde esguias videiras brotavam os seus cachos. Marta Casanova (adquiriu competências na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro) ficou contente com a classificação obtida: “É uma revista com grande circulação, a seguir ao “Wine Espectator”, e esta pontuação foi muito boa, porque, em termos comerciais, representa um estimulo, além de promover os Vinhos do Douro em nichos muitos exigentes, em termos qualitativos” – sublinhou.
Na origem deste vinho, está todo um processo rigoroso: As uvas foram apanhadas à mão, passaram pela mesa de escolha e, basicamente, é feito com Touriga Francesa, em pequenas porções, Touriga Nacional e Tinta Roriz. Foi vinificado em cubas de inox, com controlo de temperatura e com estágio de um ano em barricas de carvalho francês. Este “Pilheiros” foi, em Outubro de 2006, para o mercado, para exportação (Estados Unidos e Europa) e uma pequena quantidade para Portugal. Foram produzidas cerca de vinte mil garrafas.
“É um grande vinho, aromático, taninos arredondados, com bom volume de boca, estrutura equilibrada e acompanha, excepcionalmente, pratos de carnes vermelhas (assados). Pode ser bebido, mas possui todas as características para “garrafeira” – palavra de enóloga.
A “Lurton”, de Bordéus, é uma empresa com mais de vinte anos e começou a fazer vinhos em vários países do Mundo, nomeadamente em Espanha, Argentina, Chile, Austrália e, em Portugal, no Douro, onde, em 2004, adquiriu a quinta “Beira Douro”. Associou-se, então, com os “Lavradores de Feitoria”, para a produção de vinhos. A quinta que possui, em Portugal, tem dez hectares, cujas castas predominantes, em patamares, são a Touriga Nacional, a Touriga Franca, a Tinta Barroca e a Tinta Roriz.
Jmcardoso