Sexta-feira, 26 de Julho de 2024
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Diálogos sobre a Fé

Foi o livro que acabei de ler, de D. José Policarpo e de Eduardo Prado Coelho. O livro em questão não é mais que um diálogo entre D. José Policarpo e Eduardo Prado Coelho que, há cerca de quatro anos, foi publicado, em cartas, pelo Diário de Notícias, tornando possível a sua edição em livro. […]

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Foi o livro que acabei de ler, de D. José Policarpo e de Eduardo Prado Coelho. O livro em questão não é mais que um diálogo entre D. José Policarpo e Eduardo Prado Coelho que, há cerca de quatro anos, foi publicado, em cartas, pelo Diário de Notícias, tornando possível a sua edição em livro. Conforme o título, consta de diálogos sobre a Fé. Não é um livro de fácil leitura, pela sua erudição, já que os seus autores são ambos intelectuais públicos. Eduardo Prado Coelho, além de professor universitário e ensaísta, foi o nosso maior crítico dos últimos 40 anos. Este não me era desconhecido, pois sempre li as suas crónicas no Público, onde mantinha uma coluna, de Segunda a Sexta-feira. As suas crónicas, de crítica literária, passando ao comentário político, nunca deixaram de vir a público, patenteando as suas ideias: nos jornais, na rádio e na televisão, dando-nos ensejo de nos apercebermos do seu grande valor cultural e da veracidade das suas referências.

Muito embora Eduardo Prado Coelho fosse agnóstico, não deixou de dialogar com D. José Policarpo, amigavelmente, sobre a Fé, afirmando “serem capazes de mostrar pela prática que os homens se podem entender”. Eduardo Lourenço que prefaciou este livro, comenta: «Podem estes dois homens dialogar? Enquanto homens, sim, e diante de milhares de leitores terão dialogado e agora continuam a dialogar. Mas o mais interessante nesta troca de palavras, além da sua exemplaridade, digamos, «democrática», que não é só de ordem social, é a fidelidade de cada um ao que diversamente a ambos importa e à parte da Verdade que lhes é necessária para serem não só quem são, mas assumirem o «sentido» do que são e os transcende: um homem do mundo e outro homem que não tem no mundo e nas suas pompas – embora revestido delas – o seu único necessário».

Este interessante diálogo refere-se à existência de dois homens na sua versão cultural: a estética e a ética. Um agnóstico, vivendo num mundo de fascínio e prazeres, e o outro, o Senhor Cardeal, um homem de Deus que o representa na Terra, bem distante das oposições do seu interlocutor. Contudo, este diálogo, de igual para igual, escrito com grande elevação, não deixa de ter um grande impacto público.

D. José Policarpo, ao saber do falecimento de Eduardo Prado Coelho, lamentou a perda de alguém que nos virá a fazer falta pela sua grande cultura, senhor de um conhecimento profundo sobre inúmeras matérias. Afirma que não deixará de recordar o exercício estimulante que confirmou em Eduardo Prado Coelho, uma grande abertura e um argumento de inteligência, ao serviço de troca de ideias e argumentos.




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