Domingo, 8 de Setembro de 2024
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Num aumento de 200 euros no salário, trabalhador leva para casa 126 euros

Qual é o impacto de uma subida do salário bruto em Portugal? Será que os trabalhadores têm os aumentos esperados nas suas remunerações líquidas? E qual é o esforço que as empresas têm de fazer para suportar este aumento? Vamos a números.

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Um português que receba 1.500€ mensais (valor próximo da remuneração média bruta em Portugal), passa a auferir 1.700€ mensais após um aumento de 200€ da sua remuneração bruta, mas não será o valor líquido que receberá na sua conta bancária.

Dos 200€ de aumento, o trabalhador pagará 52€ incrementais de IRS (15,5% de taxa efetiva, neste caso concreto) mais 22€ de contribuição para a segurança social (TSU de 11%). Sobram então 126€ de incremento líquido para o trabalhador, em vez dos 200€ esperados.

Mas a conta ainda não terminou. O custo incremental para a empresa não são os 200€ brutos. Para que a empresa possa aplicar este aumento salarial, terá de suportar um custo adicional de 248€. Este valor resulta da soma dos 200€ de incremento do salário bruto, mais 48€ correspondentes à contribuição para a segurança social paga pela empresa (TSU de 23,75%).

Resumindo, um aumento de 200€ no salário bruto de um trabalhador que receba uma remuneração próxima do salário médio nacional, terá um custo de 248€ para a empresa, e, desse montante, apenas 126€ vão para o trabalhador, sendo que o restante (122€) vão para os cofres do Estado. Ou seja, cerca de metade (49%) do esforço da empresa para assegurar este aumento ao trabalhador são absorvidos pela máquina fiscal do Estado, quer seja pelo IRS ou pelas contribuições para a Segurança Social.

A elevada carga fiscal e a excessiva progressividade levam a que grande parte do esforço das empresas, aquando do aumento de salários, seja consumido pelas obrigações fiscais. Um esforço das empresas que se reflete pouco no incremento do salário líquido dos trabalhadores, que penaliza o mérito e o esforço do trabalho. A redução da carga fiscal sobre o trabalho é, por isso, um fator essencial para a melhoria das condições financeiras das famílias portuguesas.

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