Sexta-feira, 26 de Julho de 2024
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Distrito de Vila Real sem áreas de serviço

É um caso único, no país. Apesar de o distrito possuir troços da A24, A7 e do IP4, em nenhumas destas vias existe, actualmente, qualquer área de serviço. Um condutor que saia de Chaves e se dirija a Coimbra, só ao fim de cerca de 200 km, a 10 km de Santa Comba Dão, isto […]

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É um caso único, no país. Apesar de o distrito possuir troços da A24, A7 e do IP4, em nenhumas destas vias existe, actualmente, qualquer área de serviço.

Um condutor que saia de Chaves e se dirija a Coimbra, só ao fim de cerca de 200 km, a 10 km de Santa Comba Dão, isto no IP3 e já no distrito de Viseu, encontrará uma dessas áreas, se necessitar, por exemplo, de abastecer o veículo de combustível. Ao todo, são 130 km de percursos em vias rápidas, no distrito de Vila Real, carentes destas estruturas.

As empresas concessionárias garantem que esta situação será alterada, já em 2008, altura em que as primeiras unidades poderão entrar em funcionamento. Os troços em causa são a A7 (entre Vila Pouca de Aguiar e Ribeira de Pena), a A24 (na distância Vila Real- Régua e Vila Real- Chaves/Vila Verde da Raia) e no IP4 (Vila Real-Alto de Espinho e Vila Real – Palheiros/Murça.

 

É fundamental garantir descanso aos condutores de longa distância

 

Esta situação não agrada ao Presidente da Associação de Utilizadores do IP4, Luís Bastos.

“De facto, é uma realidade que, infelizmente, constatamos. No que concerne ao que mais directamente nos diz respeito, o IP4, veríamos, com bons olhos, uma área de serviço no Alto de Espinho, aliás onde já funcionou uma estrutura do género, ou, até mesmo, na zona da Campeã. A próxima fica em Ansiães, mas já no distrito do Porto. O pior é que, depois, só no distrito de Bragança, na zona de Mirandela, é que aparece uma outra, cerca de setenta quilómetros depois”.

Porém, Luís Bastos reconhece que a proximidade do IP4 a Vila Real “pode funcionar como elemento atenuante desta carência”, mas admite que “é muito incómodo, para um condutor, sair do IP4 ou, mesmo, da A24 e, propositadamente, ter de se deslocar à cidade, para se abastecer de combustível. Ou seja: além do incómodo, tem mais custos”.

Segundo o mesmo dirigente, uma outra questão tem a ver com o próprio descanso dos condutores.

“Em caso de viagens longas, é sempre importante parar, um pouco, para relaxar e descansar, bem como ter acesso a qualquer alimento ou a instalações sanitárias”. A ausência deste tipo áreas de serviço, na A24 e na A7, também é uma situação que me preocupa” – sublinhou.

 

Arranque das obras está previsto ainda para este ano

 

O Nosso Jornal apurou que as empresas concessionárias (NORSCUT, na A24; e AENOR, na A7) projectam, para estas vias, a construção de áreas de serviço. Em relação à AENOR, está prevista a instalação da Área de Serviço do Alvão, no concelho de Vila Pouca de Aguiar, mormente perto de Carrazedo do Alvão, num troço entre o nó de Vila Pouca de Aguiar e Ribeira de Pena. Julga-se que, este ano, arrancam, mesmo, os trabalhos de construção da respectiva área de serviço que vai possibilitar dar assistência aos condutores oriundos do litoral e que se dirijam para o interior.

De referir que, ao longo dos cerca de 600 km da rede AENOR, estarão disponíveis, num futuro próximo, 22 áreas de serviço, o que se traduz num intervalo de distância, entre postos, inferior à média nacional. O objectivo desta empresa passa por “oferecer um nível de serviço de excelência, garantindo paragens ainda mais regulares, para uma maior segurança e comodidade”. De acordo com a AENOR, “nas áreas de serviço, haverá, sempre, postos de abastecimento de combustível, bem como lojas de conveniência”. Para a unidade do Alvão, além disto, haverá, ainda, acesso a um conjunto de serviços adicionais, prestados pela BP – Combustível e Loja de Conveniência – e IBERSOL – Restauração. Poderá existir, também, um conjunto de facilidades adicionais, designadamente um espaço de repouso, jardim infantil, informação turística, tudo isto num enquadramento paisagístico lindíssimo como o é aquela zona do Alvão.

No troço da A24, entre Chaves e Vila Real, a NORSCUT vai construir duas áreas de serviço e outras duas, no troço entre Lamego e Viseu. Aqui, uma delas ficará situada em Arca, nó com a A25 (Viseu) e outra em Castro Daire-Norte (Viseu).

Segundo uma fonte da empresa, no troço entre Chaves e Vila Real, será implantada uma estação de serviço, em Fortunho (troço Falperra-Fortunho), cuja conclusão é apontada para 30 de Junho, antecipada de um mês em relação ao previsto) e, mais a norte, na distância entre Pedras Salgadas e Chaves, em Vilarinho das Paranheiras (Chaves), está prevista a instalação de uma outra área de serviço.

 

Previstas quatro áreas de serviço, na A24

 

Também conseguimos apurar, junto da NORSCUT, que “já decorreu o respectivo processo de adjudicação dos projectos de construção e que, agora, será submetido à empresa Estradas de Portugal. Se tudo correr bem, estamos optimistas em que, ainda este ano, comecem os trabalhos” – sublinhou. Entretanto, já foi contratada a empresa que vai explorar e construir as duas áreas de serviço, no distrito de Vila Real. É a RODAREAS que, depois, poderá sub-concessioná-las a outras empresas do ramo. Esta empresa já possui uma larga experiência, neste sector, e já está implantada em algumas auto-estradas do norte do país.

De referir que a NORSCUT explora a A24, entre o IP5 (Viseu) e Chaves (Fronteira). Representa uma extensão total de 155 quilómetros e inclui, neste troço, trinta e sete viadutos e 21 nós de ligação. Recorde-se que esta empresa venceu o concurso público internacional, levado a cabo pelo Estado português, relativo à SCUT Interior Norte (Concessão de auto-estrada, em sistema de portagens sem cobrança para os utilizadores, e cujo investimento ronda os 726 milhões de euros. Ou seja: ao longo dos 155 quilómetros de auto-estrada, na A 24, vai construir quatro áreas de serviço e dois centros de manutenção (um deles, entretanto, já foi construído, junto ao nó de Lamego).

Refira-se, ainda no que confere ao distrito de Vila Real, que as áreas de serviço mais próximas da capital transmontana são de Ansiães, a cerca de vinte e três quilómetros; e a que se situa próximo do nó de Franco/Mirandela, a quarenta e cinco quilómetros. Ambas no IP4.

 

José Manuel Cardoso




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