Sexta-feira, 31 de Outubro de 2025
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Diversões dão cor e alegria aos “Santos” durante um mês

Carrocéis, carrinhos de choque, insufláveis, tômbolas, casas do terror e muito mais. Festa que é festa tem diversões e em Chaves, por ocasião dos Santos, estão lá um mês inteiro, ainda que, nos dias de hoje, o negócio não seja muito rentável

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Festa que é festa tem farturas e carrinhos de choque e isso é coisa que não falta em Chaves por estes dias. Aqui, há disso todo o mês e não apenas durante os dias da Feira dos Santos.

Mas será que ainda vale a pena estar numa festa como esta um mês inteiro? Hélio Santos anda nesta vida há vários anos. “Sou proprietário do Hiper Carrosel 8 desde os meus 25 anos, sendo um divertimento que está na família há 45. É um negócio que vai na terceira geração e, se Deus quiser, o meu filho vai dar continuidade”, afirma, dando conta que “já venho à Feira dos Santos há 20 anos”.

“Venho aos Santos há 20 anos. Estamos aqui muito tempo para fazer pouco dinheiro”
HÉLIO SANTOS

“A diferença desta feira para as outras é que, durante a semana, os clientes são poucos. Depois, ao fim de semana, há mais gente, às vezes nem temos mãos a medir”, refere, confessando que “se não chover a coisa é rentável. Se chover, já não é tanto”.

Segundo Hélio Santos, “estamos aqui muito tempo para fazer pouco dinheiro”, indicando que “o facto de estarmos aqui representa uma despesa na ordem dos seis mil euros”.

“Para estar aqui o mês todo, pago 1.200 euros pelo espaço. Depois tenho um funcionário a quem pagar salário e ainda tenho que tirar um salário para mim e outro para a minha mulher. A isto junta-se o gasóleo. Arredondando, seis mil euros não chegam para vir à Feira dos Santos”, explica, salientando que “até posso faturar sete ou oito mil euros, mas sobra pouco, porque ainda tenho que dar 23% ao Estado”.

Hélio lamenta que as pessoas pensem que “vimos para aqui, pagamos o espaço e pronto”, mas a verdade é que “temos as nossas despesas e, além disso, pode acontecer de uma peça avariar. É mais um gasto que vamos ter”.

Por isso, “somos forçados a aumentar um bocadinho os preços”. Em compensação, “aumentamos o tempo da viagem”.

“As pessoas vão-se queixando dos preços, mas temos as nossas despesas”
ANDRÉ TAGAIO

Este empresário chama, ainda, a atenção para a manutenção dos equipamentos. “Infelizmente, lá fora, tem havido alguns acidentes. Nós, ao nível da Europa, somos, provavelmente, os melhores em termos de manutenção e de beleza dos equipamentos”. E aproveita para deixar um recado aos municípios. “O inverno é o nosso calcanhar de Aquiles. Até março não há festas e romarias em Portugal, mas lá fora há equipamentos destes em feiras e mercados de Natal, por exemplo. Aqui, as câmaras fecham-nos as portas, só querem rodas gigantes, carrosséis parisienses ou comboio de Natal e pagam por isso. Nós só precisamos de um colocar umas decorações, por exemplo, mas não querem”.

“AINDA VALE A PENA”

André Tagaio faz a Feira dos Santos há 30 anos. Herdou o gosto pelas diversões do pai, que vem a Chaves há cinco décadas. “Isto passou dele para mim. Estamos cá os dois, eu com um equipamento e ele com outro. O meu irmão não quis saber disto. Os meus filhos, vamos lá ver”.

“Venho à Feira dos Santos há 35 anos. Festa que é festa tem que ter farturas e pipocas”
HUGO GONÇALVES

Está na feira com uma diversão para os mais pequenos, chamada Davitor. Confessa que “o negócio, comparado com há 20 anos, está muito fraco” e admite que “as pessoas vão-se queixando dos preços”.

“Uma ficha custa quatro euros, mas estamos aqui o mês todo e as pessoas nunca compram só uma ficha. Se comprarem 10, por exemplo, a 20 euros, sai cada uma a dois euros. Tentamos ter uns packs atrativos”.

E, tal como Hélio, também André fala das despesas associadas. “É o espaço, a luz, os empregados, a comida. Fazendo as contas, sobra pouco”, afirma. Ainda assim, “vai dando para o gasto e o tempo tem-nos ajudado, porque quando chove é mais fraco”.

Ali ao lado, Hugo Gonçalves vende pipocas, algodão doce e gelados. “Isto é um negócio de família. Venho à Feira dos Santos há 35 anos”, afirma, acrescentando que “andar nesta vida ainda vale a pena, sobretudo porque gostamos daquilo que fazemos”.

“As despesas são cada vez mais e não atualizamos os preços há dois anos”, revela. Além das pipocas, dos gelados e do algodão doce, Hugo tem ainda uma roulotte de farturas, chamada Maria João. “Festa que é festa tem que ter farturas e pipocas”, conclui.

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