Vamos ver o que acontece em cada uma destas falhas.
Se não pode, é um político impotente. Pode não sê-lo por culpa própria – muitas vezes é-o porque a pressão a que o desempenho o obriga não o deixa com potência para fazer o que deve. Noutras vezes, há restrições orçamentais, legais e constitucionais que o impedem de poder.
Se não sabe, é normal. Desconhecer é normal no ser humano, mas não procurar saber é pouco humano, pois até mesmo os animais procuram acumular experiência e conhecimento. O saber procura-se junto das fontes de conhecimento e junto de pessoas que saibam; procurar no google, no wikipedia ou nos perfis falsos pode ser tão prejudicial como procurar o pré-conceito que é procurar o conhecimento enviesadamente dirigido.
Se não quer, é malicioso. Todo o cidadão deve procurar o bem do próximo. Se não quer o bem do próximo, é malicioso (se quer o mal do próximo, é maldoso, mas duvido muito que haja políticos maldosos à minha beira).
Regressemos, assim, à máxima originária do argumento: um político faz sempre tudo o que pode, sabe e quer em favor do seu semelhante. Haverá casos de políticos que nem sempre o fazem? Há, infelizmente. Como se percebe então que o agente político poderia ter feito e por omissão não o fez?
Aqui, teremos de recuar a Cícero que comentava que a consciência do homem da República só é proporcional à satisfação da plebe quando a plebe não comete asneiras ou crimes. Ele sorri se a plebe inocente sorri. Mas ele não sorri se a plebe maldosa sorri. Se a plebe fez asneiras e anda satisfeita e o homem da República satisfeito anda, das duas uma – ou deixou de procurar o bem da mesma ou compactua com os que cometem atos de perturbação, de vandalismo, de desgaste ou de congestionamento das liberdades individuais.
Mas Cícero viveu antes do Natal de Belém e portanto não ouviria Benjam Franklin profetizar que uma boa consciência vive sempre nessa noite em que os mais simples perceberam tudo primeiro.
Boas Festas e Feliz Ano Novo!