Ezequiel Sapadillo é um dos principais operadores turísticos filipinos e ficou “encantado com as paisagens do Douro”, em especial “com Sabrosa e com a aldeia de Provezende”. O empresário tem uma empresa em Madrid que organiza viagens e peregrinações para filipinos, tanto em Espanha como noutras partes do mundo onde existam compatriotas. “Sabrosa é a terra natal de Fernão Magalhães e um forte motivo de interesse. Magalhães foi o primeiro europeu a chegar às Filipinas, daí eu estar a procurar um vínculo com Portugal. Como Espanha relaciona a sua história com as Filipinas, porque não este país? Se já viemos a Fátima, porque não vir a Sabrosa que é a terra Natal de Magalhães?” – Estas são interrogações que agradaram ao presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, José Marques. “A presença deste empresário representa um sinal de interesse que Sabrosa e o Douro estão a despertar a nível turístico nas Filipinas. Está em perspectiva a inclusão do concelho e de outros lugares da região nas rotas do turismo religioso filipino e se isso acontecer, será sem dúvida uma mais-valia para todos. É também o reflexo do enorme esforço que a Câmara está a fazer no sentido de captar fluxos de interesse económico e procurar intercâmbios com uma nação que tem uma posição estratégica no continente asiático”.
Ezequiel Sapadillo avançou, ao Nosso Jornal, que já está a preparar algo para o próximo ano, 2010, que é o Ano Santo de Santiago de Compostela e será uma razão para potenciar este percurso, com a possibilidade de incluir nesta rota o Porto e, fundamentalmente, Sabrosa. “Vejo aqui uma possibilidade e por isso já estou a preparar o percurso, a contactar hotéis e restaurantes. Não será uma viagem só de cariz religioso, mas também abordará o vinho, a paisagem, a história. Em Portugal podemos pensar em Lisboa, Santarém, Fátima, Coimbra, Régua, Lamego, Sabrosa e depois seguir para Santiago de Compostela”, acrescentou.
O operador turístico afiançou que “facilmente se conseguem 5 mil visitantes, não serão só os filipinos residentes nas Filipinas, mas principalmente os que vivem nos EUA e Canadá que tem mais recursos financeiros. Podemos pensar ainda no meio milhão de filipinos que vivem na Europa e para os quais é mais fácil fazer uma rota com 4 ou 5 dias. Magalhães é uma porta aberta, todos nós que estudamos história nas Filipinas conhecemos o Magalhães e Sabrosa é importante porque foi o local onde nasceu, tal como Lisboa é importante porque foi lá que nasceu Santo António, Fátima foi onde nasceram os pastorinhos”, concluiu.
O presidente da Turismo do Douro, António Martinho, refere que “esta visita valoriza a atractividade da componente histórico-cultural da região e, ao mesmo tempo, o trabalho que o presidente do Município de Sabrosa, José Marques, tem vindo a fazer na aproximação entre Sabrosa e as Filipinas. É uma realidade nova que não tínhamos dado a devida atenção, como são os sítios com marcas religiosas e que podem ser um atractivo para alguns mercados turísticos. Mormente, na componente do turismo histórico-cultural aliado ao religioso e outros que já possuímos como é o turismo de natureza e do Alto Douro Vinhateiro”.
Este responsável aproveitou para associar dois “sítios” classificados pela UNESCO e as vantagens que podem advir. “Esta ligação dos terraços, dos nossos socalcos, aos terraços do arroz nas Filipinas é um aspecto muito interessante, porque são duas regiões classificadas como Património da Humanidade. Como presido à Entidade Regional de Turismo do Douro, compete-me colaborar nesta interacção, na ligação dos operadores turísticos que trazem visitantes com o acesso a estes lugares que são importantes para o nosso desenvolvimento económico”, disse.