“Este projeto pretende colocar em evidência aquele que se considera ser um significativo e apelativo património identitário e cultural do território, baseado nos acontecimentos históricos que se encontram enraizados nesta região, sendo um património de elevado potencial imagético e turístico, pleno de experiências sociais e capaz de despoletar vários sentimentos”, explicou à Lusa o secretário-geral da AMDS, Nuno Trigo.
Segundo o mesmo responsável, um território faz-se das suas pessoas, das ruas raízes e tradições, mas faz-se também dos eventos que acolhem os projetos e a sua capacidade de unir esforços entre os seus municípios e outras instituições, para que as iniciativas programadas “se possam realizar com sucesso”.
“A operação ‘Vai dar Raia’, tem como objetivo geral apoiar a qualificação e valorização dos ativos histórico-culturais com vocação turística do território, contribuindo para o enriquecimento da oferta turística da região do Norte, promovendo o acesso à cultura para a criação de novos públicos, nomeadamente através de eventos que envolvam toda a comunidade e se tornem um referencial na região”, concretizou Nuno Trigo.
O projeto dá a conhecer as riquezas do património material existente e o potencial em termos de património imaterial, em torno da tradição histórica e cultural característica desta região, apresentando aos visitantes a intensidade da cultura, tradições, atividades e serviços a descobrir quando o visitante se encontra no local.
Para o presidente da Associação de Municípios Ibéricos Ribeirinhos do Douro (AIMRD), Artur Nunes, com a situação pandémica que o mundo atravessa e com o encerramento das fronteiras, muitas histórias foram reavivadas, décadas após o tempo dos chamados contrabandistas e passadores.
“Ao longo dos anos muito se tem falado da temática do contrabando. Contudo, com os vários encerramentos das fronteiras com Espanha, e neste território em particular, muitas foram as memórias que foram reavivadas e, por isso, se partiu para este projeto que inclui parceiros espanhóis”, vincou o também presidente da Câmara de Miranda do Douro.
Nesta altura, faz todo o sentido abordar os pontos comuns existentes na raia transmontana que abrange este território, que vão desde Miranda Douro a Vila Nova de Foz Côa.
Da AMDS fazem parte os municípios de Miranda do Douro, Mogadouro, Torre de Moncorvo, Freixo de Espada à Cinta e Carrazeda de Ansiães, no distrito de Bragança, a que se juntam os concelhos de Figueira de Castelo Rodrigo e Foz Côa, no distrito da Guarda.
Nesta iniciativa vão ser investidos 300 mil euros comparticipados a 85% por fundo do Programa Oracional do Norte.