O regime atual foi estabelecido por Hugo Chávez, quando assumiu a liderança da governação da Venezuela, em 1999. O país vinha de um período em que perdeu competitividade económica face às principais economias da América do Sul, em grande parte devido à queda do preço do petróleo nas décadas de 80 e 90 (economia venezuelana é fortemente dependente das exportações desse recurso natural). Apesar disso, nas últimas décadas do século passado, a Venezuela era um dos países com maior PIB per capita, em paridade de poderes de compra, na América do Sul.
A governação de Chávez susteve um pouco a queda da economia graças à subida em flecha do preço do petróleo no final da primeira década deste século. Apesar desse contexto altamente favorável, a economia continuou a perder competitividade e passou a ter um PIB per capita inferior à média dos três países atualmente com maior PIB per capita na América do Sul (Argentina, Uruguai e Chile). Chávez implementou um grande número de medidas radicais, nomeadamente relacionadas com o controlo de preços, o fim da independência do Banco Central, etc.
Seguiu-se Nicolás Maduro, que manteve as mesmas políticas, mas tem enfrentado um contexto mais desfavorável no que toca ao preço do petróleo. O resultado é catastrófico. Atualmente, o PIB per capita venezuelano é cerca de 29% do PIB médio dos três países de comparação (é o menor PIB per capita na América do Sul) e grande parte da população vive em condições miseráveis. Os indicadores socioeconómicos da Venezuela, que detém as maiores reservas de petróleo do mundo, demonstram que não basta ter muitos recursos naturais para garantir o desenvolvimento e prosperidade, sobretudo quando as políticas implementadas são tão nefastas para a população e para a economia.