Sábado, 14 de Dezembro de 2024
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Adriano Sousa
Adriano Sousa
Vereador da Câmara Municipal de Vila Real

Em que ficamos?

Num recente artigo n’AVTM, o líder do PSD local, em reação a uma reflexão do signatário em “As cidades e as férias escolares” sobre o teste de criação de um perímetro livre de carros em torno das escolas, em curso nalgumas cidades, foi perentório em rejeitá-la com um “Não, obrigado!”, sem ficarmos a saber a sua opinião sobre a bondade da medida ou sobre os benefícios para a saúde das crianças.

Aproveitou ainda para acusar o executivo socialista de “fazer guerra à utilização do automóvel”, ignorando o que temos afirmado: que o automóvel é, e continuará a ser, um elo essencial na cadeia da mobilidade, mas que urge regular o seu uso em benefício de uma mobilidade mais sustentável, inclusiva e amiga das pessoas.

Também soubemos que o PSD é contra a política de mobilidade urbana que vem sendo implementada desde 2013 e sufragada várias vezes pelos vila-realenses.

Mas continuamos sem conhecer a sua visão, a sua estratégia e as suas propostas.

Quando afirma que é contra “o estreitamento das vias rodoviárias, o sentido único em artérias importantes da cidade e, na maioria dos casos, a eliminação de estacionamento”, mas defende a criação de “mais ciclovias, condições de segurança dos utilizadores da micromobilidade e um transporte público com vias próprias de circulação” mais não faz do que um exercício de quadratura do círculo.

Dizer que “justificar as filas de trânsito pelo facto de haver mais automóveis a circular é uma falácia facilmente desmontável”, é não admitir os problemas do congestionamento, da poluição do ar, do ruído, da sinistralidade rodoviária e do uso indevido do espaço destinado aos peões, decorrentes do aumento da taxa de motorização de 185 para 530 veículos/1000 habitantes, havida entre 1990 e 2019.

Mas, na sua ótica, tudo se resolve com slogans como “planeamento, visão estratégica e adaptação à realidade existente”. Termos bonitos, mas que o vento leva quando dissociados de conteúdo e de soluções concretas e exequíveis.

Por estranho que pareça, o PEDU-VR mereceu o voto favorável do PSD, afirmando que “contém um conjunto de propostas de intervenção ao nível da mobilidade sustentável, reabilitação urbana e requalificação de espaços…”, que “o PSD sempre defendeu e defende um desenvolvimento urbano integrador, inclusivo e sustentável, nomeadamente ao nível da mobilidade e reabilitação urbana.”

E os estudos sobre a organização da rede rodoviária da cidade de Vila Real e sobre os princípios de organização e de gestão do sistema de estacionamentos públicos em Vila Real mereceram também a aprovação do PSD.

Em resposta à consistência e à coerência da nossa visão e da nossa estratégia, o PSD retribui com a sua habitual postura “zig-zag” sempre envolta numa enorme teia de contradições.

É caso para dizer, decidam-se!

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