Cristiano Gomes veio do Brasil para o Douro, onde está a apostar forte na viticultura, com a empresa Menin Wine Company, que prevê investir cerca de 30 milhões de euros na região.[/block]
O empresário foi um dos oradores convidados da primeira edição do Vila Real Empreende, onde estiveram especialistas em liderança e motivação, como Jorge Coutinho e Ricardo Frade.
“Os poderes públicos precisam de mais eficiência e de dar mais liberdade ao empreendedor”
CRISTIANO GOMES, Empresário
Depois de elogiar os “bons” vinhos que já se fazem no Douro, Cristiano Gomes lamentou o excesso de burocracia na aprovação de investimentos. “É bastante difícil, porque o Estado parece que tem medo do estrangeiro. Os poderes públicos precisam de mais eficiência e de dar mais liberdade ao empreendedor, que também precisa de estímulos para investir e não que lhe complique a vida”.
Há quatro anos no Douro, o empresário referiu que ainda “existem muitas oportunidades” para explorar, não só ao nível da produção de vinhos “de excelência”, mas também ao nível do turismo. “Encontramos um bom ambiente e empresas bem dirigidas, mas as empresas familiares ainda precisam de ser melhor trabalhadas. No turismo há muito potencial, em que estamos a elaborar um guia para apresentar juntamente com os vinhos, que são produzidos em condições muito difíceis”.
O empresário defende ainda que se deve aumentar o preço do vinho no Douro, porque é quase impossível mecanizar e há ainda a falta de mão de obra.
“Foi um momento de aprendizagem e de partilha, para sairmos da zona de conforto e aprendermos em conjunto”
IVO MOREIRA, Empresário
Ivo Moreira, empresário na área da construção civil, revela que o setor continua a crescer, mas sente problemas com a falta de mão de obra e o aumento dos preços. “Não fomos muito afetados pela pandemia, mas é certo que os preços dos materiais estão a subir mais de 30%, o que é considerável e afeta a opção dos clientes. Mesmo assim, acredito num futuro risonho, mas é preciso repensar os impostos que pagamos”.
Sobre o evento, sublinhou que “foi um momento de partilha e aprendermos em conjunto, com oradores de excelência”.
FUTURO
Fábio Sigre, da organização, explicou que o “Vila Real Empreende” pretendeu “despertar o potencial” das empresas e empreendedores do Norte do país, através de oradores de referência, como Ricardo Frade ou Jorge Coutinho. “Num período pós-pandemia, agora com a guerra na Ucrânia e incerteza económica, o BNI Nobre achou que estava na hora de fazer um evento virado para empresários, que queiram investir em Vila Real. Serviu essencialmente para os empresários aumentarem a rede de contactos e terem mais capacidade de resolver os problemas do dia a dia”.
Acrescentou ainda que o objetivo passou ainda por “otimizar processos, tornar as pessoas mais rentáveis, mais eficientes, para que as empresas possam ser mais rentáveis”.
Após o sucesso desta edição, que teve lotação esgotada, a organização, a cargo do BNI Nobre, já está a pensar na próxima. “Espero que seja só o início e que este evento tenha várias edições no futuro. Os indicadores para começar foram muito bons, o que nos deixa com vontade de preparar já o próximo”.[/block]