Sexta-feira, 26 de Julho de 2024
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Erro ditou a derrota

Tarde fria, em Oliveira do Douro, para mais um jogo a contar para o Campeonato Nacional da 3.ª Divisão, entre duas equipas que necessitam de pontos, para saírem dos lugares incómodos que ocupam, na tabela classificativa. Foi mais feliz a equipa da casa que soube aproveitar, da melhor forma, um erro cometido pelo adversário, o […]

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Tarde fria, em Oliveira do Douro, para mais um jogo a contar para o Campeonato Nacional da 3.ª Divisão, entre duas equipas que necessitam de pontos, para saírem dos lugares incómodos que ocupam, na tabela classificativa. Foi mais feliz a equipa da casa que soube aproveitar, da melhor forma, um erro cometido pelo adversário, o qual acabou por lhe garantir os três pontos. Na primeira vez que conseguiu chegar, com perigo, junto da baliza transmontana, o Oliveira do Douro aproveitou para fazer o único golo da partida. Num lance que parecia totalmente controlado, por Zé Monteiro, este, quando tentou atrasar para o guarda-redes Vieira, a bola acabou por ser interceptada por Correia que, perante a saída de Vieira, não teve dificuldade em atirar para o fundo da baliza. Decorria o minuto dez.

Nos primeiros minutos, surpreenderam os forasteiros, a impor grande velocidade nos lances ofensivos que, no entanto, pecaram na finalização. Logo no início do jogo, Celestino apareceu completamente solto e livre de marcação frente a Castro, atirando para defesa segura do guarda-redes da casa.

Volvidos poucos minutos, foi a vez de Macieira falhar. Numa boa iniciativa colectiva, houve um cruzamento de Celestino, ao segundo poste, onde apareceu, sozinho, Macieira, o qual não conseguiu desfeitear Castro. Mais uma vez, o guarda-redes da casa segurou o potente remate do jovem atleta “alvi-negro”.

Apesar de ter sofrido o golo, contra a corrente de jogo, o Vila Real continuou a criar boas iniciativas e poderia, por diversas vezes, ter chegado à igualdade. Sem receio, o Vila Real continuou a pressionar, não dando espaços ao adversário e preenchendo bem o centro do terreno, onde os homens da casa sentiram muitas dificuldades em organizar o seu jogo. Por seu turno, os visitantes continuaram a desperdiçar oportunidades. Aos 12 minutos, foi Kalá a tirar o guarda-redes do seu caminho e, com a baliza deserta, atirou, com força, por cima da trave.

O jogo estava a decorrer a bom ritmo, com vários lances de perigo, junto das áreas. Aos 16 minutos, foi a vez dos gaienses atirarem ao ferro. Houve um livre a favorecer os homens da casa, a bola foi levantada ao segundo poste, onde os avançados do Oliveira do Douro saltaram mais alto do que os centrais e levaram a bola a embater na barra. Vieira estava, completamente, batido.

Sem uma referência na área, uma lacuna que deverá ser solucionada, urgentemente, pela Direcção vila-realense, Kalá foi o elemento mais avançado da equipa transmontana. Mas, este jovem jogador esteve numa tarde pouco inspirada, falhando várias oportunidades claras de golo. Como aconteceu, aos 18 minutos, quando, em boa posição, rematou, para defesa segura de Castro. Pedia-se mais, mas a imaturidade e juventude podem explicar algum nervosismo, na hora da decisão.

E que dizer da perdida incrível do experiente Zé Monteiro? Foi ao minuto 22, quando o “capitão” subiu à área contrária, ficando isolado e, perante a saída de Castro, não conseguiu desfeitear o guarda-redes da casa. Aliás, Castro foi, sem dúvida, o melhor jogador da equipa de Oliveira do Douro. Uma barreira intransponível, sempre atento e bem colocado entre os postes.

Depois de alcançada a vantagem, os da casa tentaram explorar o contra-ataque, mas nunca conseguiram criar perigo, junto da baliza de Vieira. À excepção de um lance, ocorrido perto do intervalo, num lançamento de linha lateral, em que a bola foi colocada na área e, na confusão, ninguém apareceu, para o remate. Valeu a rápida intervenção de Igor, a tirar o esférico da zona perigosa.

O intervalo chegou e Maki foi para os balneários a pensar numa estratégia, para conseguir marcar golos. Pois, com tantas oportunidades goradas, não há treinador que resista.

Curiosamente, foi a equipa da casa a primeira a criar perigo, decorrido o primeiro minuto do segundo tempo. Pedro rematou, mas Vieira esteve bem, na cobertura do lance. A resposta chegou, logo a seguir, por intermédio de Celestino. Numa boa iniciativa, atirou, para mais uma defesa de Castro.

Agora, os visitados sentiam maior tranquilidade e não davam espaços, a meio-campo, para o Vila Real organizar o seu jogo. O maior domínio da primeira parte não se acentuou, durante os segundos 45 minutos. Os vila-realenses sentiram mais dificuldades, para entrar na defensiva contrária, onde o médio defensivo, Alex, teve um papel preponderante, sempre muito atento e eficaz, no desenrolar do jogo.

A tarefa de inverter a tendência do jogo não estava fácil, uma vez que o pelado facilita mais quem destrói do que quem tenta construir jogo. Ainda por cima, num campo de dimensão reduzida, com a bola a saltar muito, foi difícil dominá-la e, consequentemente, criar bons lances de futebol. Mesmo assim, os transmontanos tudo tentaram, para não saírem derrotados, de Gaia. Primeiro, foi Macieira, em boa posição, a rematar forte, para mais uma excelente defesa de Castro. Depois, num bom entendimento do ataque forasteiro, Celestino colocou para a entrada de Armindo, mas este chegou atrasado e a bola perdeu-se, pela linha de fundo. Já perto do final, foi o central Igor que desperdiçou a última oportunidade do Vila Real chegar ao empate que bem merecia. Mas Castro esteve, de novo, impecável, e defendeu mais um remate perigoso.

A vitória acabou por sorrir ao gaienses que conseguiram, assim, a primeira vitória, no campeonato. O Vila Real tem que se culpar a si próprio, por não conseguir concretizar as inúmeras oportunidades de que dispôs.

A equipa de arbitragem, vinda de Coimbra, esteve em bom plano, tanto a nível técnico como disciplinar.

 

Márcia Fernandes

 

maki

(treinador do vila real)

 

“Fomos a melhor equipa”

Algo desalentado pela derrota, concedida a uma equipa que estava ao alcance da sua, o treinador vila-realense admitiu ser necessário aperfeiçoar a concretização dos lances de ataque:

“Tivemos quatro oportunidades claras de golo, mas não conseguimos marcar. Sofremos o golo contra a corrente de jogo e através de um erro da nossa defensiva. Estivemos melhor que os nossos adversários, mas foram eles que marcaram e, por isso mesmo, estão de parabéns. Na segunda parte, apesar do nosso domínio, não fomos tão perigosos como tínhamos sido ao longo dos primeiros 45 minutos. Apenas tivemos duas oportunidades para marcar, mas, mais uma vez, estivemos infelizes na finalização. É triste perder um jogo que estava, perfeitamente, ao nosso alcance e com uma equipa do nosso campeonato. O Vila Real foi, claramente, a melhor equipa em campo, mas quem marca é que ganha. E foi isso que aconteceu, neste jogo.

As opções que tínhamos no banco também eram limitadas. Tivemos que recorrer a quatro juniores, para formar a equipa. Mesmo assim, lutámos pelos três pontos, mas não foi possível obter um resultado positivo.

Vamos já preparar o próximo jogo, com a Oliveirense, e trabalhar o capítulo da finalização que tem sido a grande lacuna desta equipa”.

 

antónio pedro

(treinador do oliveira douro)

“Acabámos por ser mais felizes”

O treinador do Oliveira do Douro considerou que a sua equipa foi mais feliz e enalteceu a prestação da formação vila-realense:

Foi uma vitória difícil. A equipa de Oliveira do Douro esteve sempre muito ansiosa e intranquila. Sabíamos como este jogo era importante para as duas equipas, conseguimos vencer e estamos muito satisfeitos com o resultado. Penso que, ao longo dos 90 minutos, o jogo foi equilibrado, mas acabámos por ser mais felizes, porque marcámos um golo. O Vila Real surpreendeu e apresentou uma boa equipa.

Com ambas as equipas a necessitarem de pontos, é natural que os jogadores estejam ansiosos e, mesmo com as más condições do terreno, assistimos a um jogo com muita luta, a meio-campo, mas disputado com correcção. Temos como objectivo a manutenção e a vitória foi importante, para nós, perante um adversário directo. Pelo que vi do Vila Real, hoje, penso que será uma equipa difícil de bater, no futuro”.

 

FICHA DE JOGO

 

Jogo disputado no Campo do Desportivo de Oliveira do Douro, em Vila Nova de Gaia.

Árbitro: Nuno Roque, auxiliado por Nuno Pereira e Mário Gonçalves.

OLIVEIRA DO DOURO – Castro; Gil (Rui Correia, aos 83’), Martins, Alex e Filipe; Fernando, Cláudio, Delfim e Pedro; Correia e Nuno Miguel (César, aos 68’).

Suplentes não utilizados: Jorge, André, Sampaio, Teixeira e Dani.

Treinador: António Pedro.

VILA REAL – Vieira; Quinino (Palmeira, aos 63’), Igor, Zé Monteiro e Caniggia; Lemos, Ruben (Armindo, aos 65’), Ernesto e Kalá; Celestino e Macieira (Hugo Mourão, aos 77’).

Suplentes não utilizados: Bruno, Kiko e Luís Pedro.

Treinador: Maki.

Cartões amarelos: Zé Monteiro (42’); Cláudio (76’); Celestino (76’) e Fernando (86’).

Ao intervalo: 1 – 0.

Marcador – Correia (10’).

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