O património arqueológico da Serra da Azinheira será dado a conhecer, num Centro Interpretativo Arqueológico, a criar em Garganta. As instalações servirão de apoio a uma pista de treinos permanentes, de orientação.
A escola que acolheu, nos anos noventa, um projecto socioeducativo inovador, em Portugal, será o local de instalação do Centro Interpretativo e Arqueológico de Sabrosa. Encerrado, recentemente, devido à reestruturação do Ensino Básico, o imóvel pode ser aproveitado, agora, para outros fins.
O objectivo desta iniciativa é, segundo o Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, José Marques, “dar a conhecer o grande valor arqueológico do planalto da Serra da Azinheira e, ao mesmo tempo, potenciar a sua exploração, em termos de investigação histórica”.
“A escola foi uma referência, como espaço educativo e formativo importante, em termos de intervenção comunitária e queremos que esta venha a ter um fim semelhante” – disse.
Além disto, o mesmo espaço poderá receber algum espólio retirado da exploração da Mamoa das Madorras (Garganta).
“Este projecto está a ser trabalhado pelo Professor Huet Bacelar, da Universidade do Porto. Digamos que foi aquele que mais trabalhou, nesta componente de exploração, no sentido da escola o acolher” – acrescentou.
José Marques lembrou que “a Escola do 1.º Ciclo de Garganta foi muito importante, no passado, integrada que foi numa estratégia de um projecto inovador, em termos nacionais e internacionais”. Tanto que, de acordo com o mesmo, “será, sempre, uma referência de um espaço educativo e formativo importante, em termos de intervenção social, bastante inovador e que envolveu toda a comunidade local, desde os mais pequeninos aos adultos, numa perspectiva de desenvolvimento comunitário”.
Recorde-se que foi na década de oitenta que o chamado “Projecto Educativo de Garganta” evoluiu, sendo, ainda, uma iniciativa que faz parte dos relatórios da OCDE, como um dos projectos mais interessantes, de boas práticas socioeducativas. Em 1987, foi, mesmo, visitada, propositadamente, pelo então Ministro da Educação, Roberto Carneiro.
“Não gostava que a escola deixasse de perder esta apetência, como referência educativa e arqueológica” – frisou José Marques.
Também, segundo este edil, a antiga escola poderá “simultaneamente, servir de apoio a uma componente do Desporto da Natureza que passará pela criação de uma pista de treinos de orientação permanente. Foi neste espaço que decorreu, há dias, o Campeonato Ibérico de Orientação. Tudo isto será integrado em vários circuitos turísticos paisagísticos do concelho.
Na Serra da Azinheira, foram encontrados vestígios que datam do Neolítico, como sejam os numerosos monumentos funerários, antas ou dólmenes, de tipo “mamoa”. A cultura castreja (Idade do Ferro) também está representada por alguns castros, povoações fortificadas no cume dos montes, defendidas por fossos e linhas de muralha.
Jmcardoso