Aos 32 anos, André Azevedo foi o melhor marcador da equipa ao apontar 27 golos no campeonato, mas não estava à espera de fazer tantos, uma vez que não é um avançado puro. “Esperava fazer uma boa época a nível individual e fazer alguns golos, mas não sabia quantos. Eles foram surgindo e, claro, que gostamos sempre de marcar”, confessa, adiantando que também fez “muitas assistências”, porque “não sou um jogador só de fazer golos, sou um jogador de equipa, que gosta de ajudar tanto a atacar como a defender”.
Muitas vezes teve de se sacrificar pela equipa, ao ter de mudar de posição quando era pedido pelo treinador. “Sou extremo de raiz, é aí a minha praia. Eu fujo muito para a linha e o treinador estava sempre a dar-me cabo da cabeça porque jogávamos com dois na frente e, a certa altura, começamos a jogar em 4-3-3, depois o mister teve de adaptar para o 4-4-2. Entretanto, veio o Pedro Freitas que me ajudou, já que é um jogador mais fixo de área e isso facilitou-me andar a vaguear pela frente, a descair para as linhas, que é onde me sinto confortável”.
Apesar de no início da época ter havido muitas dificuldades para construir um plantel forte para subir de divisão, André Azevedo considera que, esta época, o Vila Real terá tido “um dos plantéis mais fracos” dos últimos tempos, mas “sempre acreditei que tínhamos equipa para subir de divisão, embora o plantel fosse curto”. Além disso, “vários jogadores subiram aos seniores e nunca tinham lutado para subir de divisão e também poucos tinham jogado juntos, ao contrário do Mondinense ou do Régua, que já jogavam juntos há muito tempo. Mesmo assim, conseguimos ser mais fortes”.
GRUPO
Este não foi o melhor grupo com quem já trabalhou, admitindo que houve problemas, mas o mais importante foi “remar para o mesmo lado” quando teve de ser. “O grupo foi-se moldando. Não foi o melhor grupo dos três anos que estou em Vila Real, mas também não foi o pior. Tínhamos muita juventude e nós, os jogadores mais velhos (Fred, Mika, Pedro), conseguimos juntar os jovens com alguma experiência, que se viu nos jogos a doer, pois o importante era vencer e vencemos, jogando melhor ou pior”.
Ainda com muito para dar ao futebol, André Azevedo afirma que os jogadores mais novos são muito diferentes do que ele era na sua altura. “Quando era mais novo e olhava para as figuras como Nuno Fredy, Zé Monteiro, Ernesto, Francis, eles eram uma referência para mim, um exemplo a seguir. Hoje, os mais novos não olham assim para nós e não há aquele respeito que havia na altura. Senti que se tem perdido a mística do balneário e o respeito dos mais novos pelos mais velhos. E, no geral, esta juventude vê o futebol mais como um ‘hobby’ para o final do dia”.
TREINADOR
Já conhecia o Luisinho como jogador e não estava a contar que ele fosse o treinador escolhido para orientar a equipa, mas foi bem recebido. “Antes já me dava bem com ele, mas depois passou a ser mister e tive de mudar a forma de o tratar dentro do trabalho”. No entanto, no início, “notava-se que treinar não era a praia dele, ele sentia-se melhor do nosso lado. Com o passar do tempo, cresceu e começou a assimilar qual era o seu papel. Quando olhamos para as condições que tínhamos e em ano de estreia, acho que fez um bom trabalho”.
FUTURO
Admite que gostava de continuar a representar o clube, mas ainda não há nada de concreto. “Gostava de ficar, porque a minha vida está aqui e gosto muito do Vila Real”.
Ao nível do futuro do SC Vila Real, André Azevedo acredita que as pessoas do concelho gostam de futebol, mas “também têm de perceber que o clube está da forma como a cidade quer que ele esteja, pois se a cidade quiser que o clube esteja bem, o SC Vila Real vai estar bem. Mas isso depende dos adeptos e dos sócios”.