“O fio de seda produzida em Freixo de Espada à Cinta passa a ostentar a chancela DOP, duplicando assim o seu valor. Foi um processo complexo que foi feito ao longo de dois anos com muito estudo, muito e muito empenho para obtermos a certificação deste produto”, explicou Nuno Ferreira, presidente da câmara.
De acordo com o autarca socialista do distrito de Bragança, a seda de Freixo de Espada à Cinta está agora certificada e reconhecida com Indicação Geográfica (IG) e o fio de seda reconhecido como DOP, o que eleva este produto a um patamar completamente diferente e mais elevado em termos de valores e em termos de importância.
“Passámos agora de um posicionamento a nível concelhio para um posicionamento estratégico a nível nacional e internacional, como têm sido prova os vários galardões recebidos pela seda do concelho de Freixo de Espada à Cinta”, vincou.
O município de Freixo de Espada à Cinta e o Castelo de São Jorge assinaram mesmo um protocolo para formalizar esta cooperação, logo que seja acordada a cláusula relativa às quantidades de produtos e peças de seda.
“O fio de seda de Freixo de Espada à Cinta é hoje sobejamente reconhecido e esta certificação é mais uma prova inequívoca do seu valor, e de todo o trabalho que temos vindo a desenvolver para a colocar num lugar de merecido destaque e enquanto elemento diferenciador e identitário do concelho de Freixo de Espada à Cinta”, indicou Nuno Ferreira.
O trabalho artesanal da seda valeu igualmente ao município de Freixo de Espada à Cinta o Prémio Autarquia do Ano 2022, na categoria de “Cultura e Património”, subcategoria de “Artesanato”, promovido pelo Lisbon Awards Group em parceria com o jornal Eco, com o objetivo de homenagear os municípios e freguesias que se destacam, nas mais variadas áreas pelas práticas de interesse público.
O autarca acrescentou ainda que o fio de seda produzido pelas artesãs de Freixo de Espada à Cinta é também reconhecido pela realeza europeia, nomeadamente no Luxemburgo.
Ao longo de vários séculos, a seda de Freixo de Espada à Cinta está intrinsecamente ligada à história deste território e deste povo transmontano.
“A seda, a par da agricultura, foi o sustento de grande parte da população do concelho. Uma tradição, uma arte, passada de geração em geração, que chegou aos nossos dias”, indica o autarca de Freixo de Espada à Cinta.
O autarca lembra que a seda ainda é feita a nível artesanal, é única na Península Ibérica e há cerca de 35 anos que o concelho de Freixo de Espada à Cinta promove a produção de seda pelo método artesanal, dando formação de tecedeiras e incrementando a criação do bicho-da-seda.
O Museu da Seda e do Território, criado em 2014, é o guardião desta história, estando ali exposto todo o processo ligado ao ciclo da seda e onde trabalham, ao vivo, as tecedeiras locais.