“Não estamos dispensados, a comissão e toda a Igreja, todos os âmbitos educativos, de em diálogo com as famílias, com as comunidades, procurar as melhores formas de responder à formação, neste caso sacerdotal”, disse D. António Augusto Azevedo, em declarações à Agência ECCLESIA, no Simpósio do Clero, em Fátima.
O presidente da CEVM, da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), explicou que o novo documento de orientação para a formação sacerdotal, que ainda vai ser discutido, inclui vários agentes, “sendo que o próprio é também agente de formação”. D. António Augusto Azevedo salienta que o documento “valoriza mais a formação seguinte, no início do ministério”, e ao longo da vida do padre, porque o caminho formativo não se esgota, “sendo natural que se chegue ao sacerdócio com algumas lacunas”, e é importante na Igreja “dar mais atenção, importância”, ao que têm de fazer após a ordenação. “O futuro vai exigir sacerdotes com estilo novo, e creio que estamos a perceber isso e para lá caminharemos. Demora o seu tempo, mas é preciso começar o caminho e passos bonitos vão ser dados”, realçou.
Na síntese sinodal da CEP, sobre a formação dos sacerdotes, lê-se que têm “uma formação deficiente quer para lidar com os problemas humanos da vida contemporânea, quer para trabalhar com os leigos, que exigem trabalho em equipa, corresponsável e de partilha de autoridade”, que não têm “formação adequada para responder a questões emergentes”.
O bispo de Vila Real, que compreende e reconhece “todos esses desafios”, assinala que a nível educativo existem “algumas dificuldades” na formação para o ministério, como há dificuldades na escola, nas famílias, e que são “inerentes à própria lógica da formação”. “É sempre difícil formar num tempo de mudança acelerada, não conseguimos imaginar o que será o futuro daqui a uma década, duas, três décadas”, acrescentou.
Com o tema ‘A Identidade relacional e ministério sinodal do presbítero’, o Simpósio do Clero termina hoje, em Fátima; D. António Augusto Azevedo fez um “primeiro balanço altamente positivo”, pela participação, de “mais de 300 padres de todo o país”, e pelo ambiente, “muito fraterno, muito saudável, muito alegre, de reflexão e de oração”.