Quarta-feira, 14 de Maio de 2025
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“Gostava de ter deixado um delfim para transmitir o conhecimento adquirido”

O professor e jornalista desportivo, Jorge Carvalho, foi o convidado do Bola ao Centro.

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Jogou futebol, por influência do pai, que jogou no SC Régua. Passava as tardes a jogar futebol de rua em Fornelos. “Onde houvesse uma bola a saltar, eu estava lá. Jogávamos com botas de travessas e eu era o que distribuía jogo. Numa altura fui aos treinos do SC Vila Real e não gostei, porque só ficavam os conhecidos e acabei por desistir”, confessa.
Jogou ainda outras modalidades, mas o gosto por estar do lado de fora a relatar jogos falou mais alto. “O meu gosto pela rádio surgiu através dos relatos do hóquei em patins, teria cerca de três anos e já ficava atento. Depois, já na tropa, fui para Angola, onde fiz o meu primeiro relato em cima do carro da tropa, na Rádio Clube Jacaré, criada por mim e outros companheiros”.

Já em Vila Real, na Rádio Voz do Marão, começou com os programas e relatos de futebol. “O primeiro relato foi feito no campo do Calvário, há mais de 40 anos, num jogo de preparação entre o Vila Real e o Lamego”.

Seguiram-se vários anos a relatar jogos, em que tinham vários colaboradores em diversos campos de futebol. “Tínhamos muita gente, em de se fazia uma escala para se conseguir colocar todos. Ninguém recebia nada, trabalhavam por amor à arte, em que utilizávamos os rádios dos bombeiros, que nos emprestavam ao fim de semana”, conta Jorge Carvalho, revelando que “se atirou de frente” para os relatos desportivos. “Naquela altura, era fácil arranjar patrocínios, chegamos a ter três patrocinadores que nos davam 1.500 contos. Era muito dinheiro”.

Passou a fazer todos os relatos do SC Vila Real e admite que quando era golo dos alvinegros “abria mais as goelas”, o que o levou a ter algumas situações complicadas, mas que, felizmente, acabaram bem.

Andou também com o futsal, com a AAUTAD/RealFut, onde percorreu vários pontos do país, com o amigo Carlos Libório.

A voz era essencial para este trabalho. “Fui seguido por uma especialista, que me dava conselhos para beber muita água e para não fumar. Mas também tinha umas cordas vocais fantásticas”.

Jorge Carvalho lamenta que a Associação de Futebol de Vila Real, nas comemorações dos seus 100 anos, não se tenha lembrado do Fernandes Pinto, Adão de Barros e José António. “Foram os primeiros a andar por amor à arte, mas também lamento que não se tenham lembrado dos presidentes da associação, como António Cunha, Costa Pereira e outros que já não me lembro os nomes. À associação ficava bem ter-se lembrado desta gente”.
Após vários anos ligados ao jornalismo desportivo, Jorge Carvalho admite que ainda não sente saudades. “Se calhar vou ter daqui a uns tempos, porque era muito interessante fazer estes relatos. Gostava que alguém continuasse o meu legado, de ter deixado um delfim para transmitir o conhecimento adquirido”.

O programa está disponível, na íntegra, nas páginas de Facebook e Youtube do jornal A Voz de Trás-os-Montes, no site ou em podcast, no Spotify.

VEJA O VÍDEO DO PROGRAMA AQUI

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