O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) revelou que duas pessoas morreram, nos últimos dias, por atrasos no atendimento na linha 112, considerando que as condições continuam a agravar-se “por escassez” de profissionais.
Segundo Rui Lázaro, presidente do STEPH, um dos casos aconteceu na quinta-feira, em Bragança, com uma mulher a estar “mais de uma hora” a tentar ligar para o 112, para pedir ajuda para o seu marido, “em paragem cardiorrespiratória”.
“Quando foi atendida, explicou que o marido estava naquela situação há mais de uma hora e que, durante todo aquele tempo, ninguém atendeu”, refere Rui Lázaro.
Na opinião do presidente do sindicato, “se a chamada tivesse sido atendida e ativada uma viatura médica do hospital de Bragança, que se encontrava a cerca de dois minutos, o desfecho poderia ter sido outro”. Contudo, o óbito foi declarado no local.
De acordo com o sindicato, o outro caso aconteceu na freguesia de Moledos, em Tondela, onde uma mulher, de 94 anos, entrou em paragem cardíaca. “Um familiar conseguiu ligar para a linha 112 às 09h34, mas a chamada só foi transferida para o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) às 10:19, cerca de 45 minutos depois”.
A mulher foi, entretanto, transportada para o hospital de Lamego, onde viria a falecer.
Para o STEPH, “estes exemplos de colapso do sistema de emergência médica sucedem-se”, dando conta “do baixo número de TEPH (Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar) para atender chamadas nas centrais de emergência, bem como o elevado número de meios encerrados por falta destes técnicos tem aumentado”, frisando que “as consequências estão à vista”.