José Manuel Melo Fernandes esperou que a sua companheira, Liliana Catarina Santos, e que a família chegasse a casa, num carro conduzido pelo seu irmão, para levar a cabo o crime. Após os disparos, ainda a agrediu à coronhada quando esta já estava deitada na estrada moribunda e a esvair-se em sangue.
“O José Manuel estava no quintal escondido com uma caçadeira e quando o carro parou ele começou a disparar. Mal abri a porta começou aos tiros para dentro do carro”, disse Elias Graça, 21 anos, irmão de Liliana.
Segundo o padrasto de Liliana, Valentim Graça, 54 anos, a vítima, apesar de baleada, ainda teve forças para salvar a filha, de 10 meses, que trazia nos braços. “Só teve tempo de entregar a filha à irmã”, Raquel Silva, que também viveu com muita ansiedade e aflição os momentos terríveis, como nos relatou. “Eu estava na minha casa e ouvi um tiro. Vim a casa da minha mãe e vi a minha irmã no muro a pedir para salvar pelo menos a menina. Peguei na bebé e acabei por ser atingida numa perna”, referiu chocada Raquel Silva.
Ainda segundo Valentim, “José Manuel Fernandes acabou por desfazer o crânio de Liliana com a coronha da caçadeira, quando esta já estava no chão, cheia de sangue dos tiros que levou”. Depois colocou-se em fuga, sendo que as autoridades conseguiram encontrar a arma do crime nas imediações do local do crime.
Segundo a mãe da vítima, Teresa Graça, Liliana Catarina tinha chegado há três semanas do Brasil. “Foram os serviços sociais do Estado Brasileiro de Minas Gerais que colocaram a minha filha no avião. Ela era constantemente espancada pelo José e a polícia brasileira ainda o prendeu durante 3 dias, mas não sei como ele veio parar aqui a Portugal”, concluiu.
A bebé, atingida no tórax, foi levada para uma unidade hospitalar do Porto, mas já está livre de perigo.
A vítima deixa quatro filhos menores, uma rapariga com 9 anos do seu primeiro casamento e três da última relação, uma de 5 anos, um menino de 2 e a menina de 10 meses.
O presumível homicida foi detido pela GNR e entregue à PJ, no domingo, por volta das 12h30. Na segunda-feira foi ouvido no Tribunal Judicial de Sabrosa e recolheu ao Estabelecimento Prisional de Vila Real.
José Fernandes vivia na Quinta da Neta, em Provezende (Sabrosa) com os pais, onde se encontram os seus outros dois filhos, uma menina com 5 anos e um menino de dois anos.