“Eu não conheço ninguém que esteja contra a revitalização do troço da linha do Douro entre o Pocinho (Vila Nova de Foz Côa) e a Barca d’Alva (Figueira de Castelo Rodrigo), a não ser o Governo central”, disse à Lusa João Paulo Sousa.
O novo autarca de Vila Nova de Foz Côa (PSD), no distrito da Guarda, disse ainda estar na linha da frente da sua atuação política a revitalização deste troço de linha férrea que tem prolongamento para Espanha e que poderá “criar uma nova dinâmica turística e económica nesta região de fronteira”.
“Bastava que 5% dos turistas que visitam a região de Salamanca (Espanha) viessem à nossa região e concelho para termos milhares de turistas neste território”, defendeu João Paulo Sousa.
Esta linha já estava sinalizada e o autarca garante que se está a fazer tudo para que não sejam retirados os carris deste troço ferroviário do Douro.
“Há apenas duas ou três situações pontuais em que foram retirados, uma ou outra secção de carril que foram subtraídos. Trata-se de um traço de linha férrea prioritária para a União Europeia, havendo mesmo estudos que referem que é importante a revitalização do troço de linha entre o Pocinho e Barca d’Alva”, vincou.
João Paulo Sousa frisou que a recuperação deste troço de via-férrea é antiga, “mas primordial porque o Douro está na moda e vende. O Douro vende em termos turísticos, económicos e culturais e a reestruturação da linha férrea é estruturante nestes três setores”, disse o autarca social-democrata.
Para o autarca, “é importante unir os concelhos que estão a montante no Douro Superior e unir os 19 municípios que integram a Comunidade Intermunicipal (CIM) Douro”. Seja qual for o próximo Governo, disse, “terá de dar prioridade” a este troço da Linha do Douro.
Em maio de 2021 foi formalizado o grupo de trabalho que vai estudar e definir o modelo de reabertura do troço da Linha do Douro, entre o Pocinho e Barca d’Alva, devendo apresentar as conclusões em 14 meses, e no qual faz parte o autarca de Vila Nova de Foz Côa. Para a concretização deste projeto esperam-se fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
O troço de linha que liga a estação do Pocinho a Barca d’Alva, de cerca de 30 quilómetros, foi construído em 1887, foi uma das grandes obras de engenharia ferroviária da Península Ibérica e funcionou quase um século, tendo encerrado em 1985.