Foi há um ano que o pequeno Lorenzo começou a apresentar algumas queixas na zona do pescoço, que se pensavam ser fruto de um torcicolo. “Fez tratamento com corticoides e melhorou, mas quando fez o desmame voltou a piorar”, conta Soraia Ferreira, tia materna e madrinha da criança, revelando que “a minha irmã pediu que ele fosse novamente avaliado”.
A insistência levou a que fosse feita uma biópsia e a notícia que não queriam ter acabou por chegar em outubro. O Lorenzo foi internado no hospital de São João, no Porto, porque “os resultados mostraram que algo não estava bem”. A família pensou que seria uma visita rápida, mas não foi e aquilo que pensavam ser uma infeção era, afinal, uma doença rara, neste caso um cordoma na base do crânio, que afeta uma pessoa em um milhão.
“Ele deu entrada no dia 16 de outubro. Foi visto por várias especialidades e os resultados aos testes de infeções vieram negativos. Foi aí que decidiram fazer uma biópsia, que confirmou tratar-se de um tumor”, explica a tia, adiantando que, “em Portugal, não há casos conhecidos como o dele em crianças”.
Por ser uma doença muito rara, a família de Lorenzo não perdeu tempo e contactou a Fundação Cordoma, que lhes indicou o nome de seis profissionais que trabalham com esta doença e, nomeadamente, com radioterapia com protões, um tratamento que Portugal não tem disponível.
“Temos sido nós a tratar dos contactos”, frisa Soraia Ferreira, referindo que “a minha irmã pediu ao IPO do Porto que contactasse o IPO de Lisboa e de Coimbra, para perceber se havia algum neurocirurgião disponível para analisar o caso, mas não nos conseguiram ajudar, daí que tivemos de procurar alternativas fora de Portugal”.
ALEMANHA PODE SER SOLUÇÃO
Lorenzo chegou ao hospital de São João pelos próprios pés, mas neste momento não consegue andar, porque as dores não o deixam ficar em pé. Vai começar o tratamento, sob orientações que têm chegado de um médico da Alemanha e o objetivo é que “o tumor possa reduzir para depois ser operado”.
O ideal, afirma Soraia Ferreira, é que “o médico fosse convidado a vir cá, porque também era bom para o país”, mas “como somos pessoas humildes e sem influência, isso é difícil de acontecer. Não temos esse poder”.
Por isso, a solução passará por viajar até à Alemanha com o pequeno Lorenzo, sendo que os pais já tiveram de deixar de trabalhar para estar com ele, deixando o irmão mais novo, de cinco meses, a cargo da avó e da tia.
Os tratamentos “são longos, intensos e envolvem custos elevados”, motivo pelo qual esta família está a pedir ajuda para conseguir fazer frente às despesas. Assim, quem quiser ajudar o pequeno Lorenzo a vencer esta batalha, pode fazê-lo através de donativos, seja por transferência bancária ou através da página de crowdfunding “Unidos pelo Lorenzo – Vencer o Cordoma”.
“Os tratamentos podem ascender aos 10 mil euros por semana, se bem que ainda não sabemos quantos serão necessários”, indica Soraia Ferreira. A meta, para já, são os 50 mil euros, sendo que, até ao início desta semana, e depois de se gerar uma onda de solidariedade nas redes sociais, a página de crowdfunding tinha já mais de 35 mil euros angariados.
Para ajudar:
IBAN: PT50 0010 0000 6309 1160 0013 6
Página crowdfunding: www.gofund.me/a6a984d7