Aproxima-se mais uma Feira da Caça e Turismo. O que podem esperar as pessoas que visitam Macedo de Cavaleiros?
Terão oportunidade, principalmente, de visitar um evento que é dos maiores do país em termos de caça, tanto de caça maior, porque Macedo de Cavaleiros, de facto, é a capital da caça maior, como de outros portes. Esta é uma feira de referência até pelo seu histórico. Estamos a falar da 27ª edição e temos uma abordagem de toda a economia gerada à volta do turismo cinegético, também do turismo gastronómico e de natureza. Há uma série de ofertas num território UNESCO de excelência, porque temos três selos UNESCO, e por isso mesmo esse será o grande tema do Seminário de Turismo. Um dos selos é o Geopark e muita da visitação ao concelho advém desses amantes da natureza, dos desportos natureza.
À feira não vêm só caçadores, certo?
Certo, há também outros visitantes. Aliás, os alojamentos que têm vindo a abrir, temos agora um novo hotel de charme, não estão vocacionados apenas para os caçadores, mas para toda a família, com zonas de lazer e spa. Quem vem tem a oportunidade de fazer, por exemplo, caminhadas, raides Todo-o -terreno, provas de trial. Depois temos também os amantes das raças caninas, que têm também um espaço muito importante. Enfim, todo um número de ofertas que consegue adequar-se a toda a família, a todas as idades. Depois, os caçadores têm outras modalidades, como montarias, a Copa Ibérica de Cetraria, que vai já na 16ª edição, e os espanhóis elegem realmente o nosso território como uma das zonas privilegiadas para a falcoaria.
Qual é o orçamento para esta edição e quantos expositores participam?
São cerca de 230 mil euros. Vamos ter 123 expositores, mas posso dizer que nem todos os candidatos foram aceites, infelizmente, porque temos um limite.
Para melhorar o Parque de Exposições, o município pretende renovar o espaço com uma nova nave. Como está esse processo?
O projeto está em andamento. Vai ser aberto um aviso específico para obras que estavam já mapeadas e essa é uma das prioritárias. Iremos renovar todo o espaço e criar outras condições que não temos agora. Podemos evitar tendas que, primeiro, não têm o mesmo conforto e, segundo, acabam por ser ónus consideráveis. A nossa intenção é ampliar um pouco e criar ali espaços polivalentes mais funcionais, para adequar a provas desportivas e eventos da feira.
“Esta é uma feira de referência, até pelo seu histórico, e há toda uma economia gerada à volta do turismo cinegético, gastronómico e de natureza”
E qual será o total a ser investido?
Entre 2,5 e 3 milhões de euros. Claro que a obra que nós necessitaríamos seria o dobro do valor, mas temos que ter constrangimentos.
Qual é a expectativa a nível de afluência este ano?
Acredito que virão muitas pessoas. É uma feira temática que traz muita gente, estimamos entre 20 e 30 mil pessoas. As montarias envolvem muitas pessoas, desde caçadores, que podem ir às 340 armas em cada dia, e a logística é muito mais do que isto, envolve matilheiros e as pessoas que servem as refeições, nunca menos de 500, por isso digo que a economia que isto gera é brutal.
Que impacto tem a feira na economia do concelho?
Em termos económicos, não temos os valores oficiais. Mas só no concelho temos os cerca de mil lugares de alojamento completamente preenchidos e são solicitados também outros nos concelhos vizinhos, como Bragança, Vinhais, Mirandela e Alfândega da Fé. Há oscilações, mas são oito dias que envolvem o pré, o durante e o pós-feira e podemos ter à volta de seis mil dormidas, seguramente. Depois na restauração muitos mais, os cerca de 30 restaurantes têm, muitas vezes, que duplicar o atendimento. Seis mil dormidas são 12 mil idas aos restaurantes e pelo menos 24 mil refeições consumidas. Além disso, há o negócio ligado aos expositores. Estamos a falar de armas, que são caríssimas, equipamentos, munições, seguros, taxas, aquisições de produtos endógenos e locais que também são expostos e vendidos. Gera-se um volume de negócio de cerca de quatro milhões de euros, diretos e indiretos.
E na restante época de caça, Macedo de Cavaleiros também continua a ser muito procurada?
Todo o ano, não só nas montarias, caça grossa, mas a caça menor, à perdiz, ao coelho, à lebre, ao tordo, também atrai muitos caçadores.
E o que faz os caçadores escolherem o concelho?
Precisamente porque temos a centralidade da FACIRC (Federação das Associações de Caçadores da 1ª Região Cinegética), que representa a primeira região cinegética do país e representa 22 mil caçadores. E isso mobiliza todos os caçadores a norte, e não só, de todo o país.
À caça junta-se também o turismo nesta feira. O que vai ser discutido no seminário deste ano?
No Seminário Internacional temos palestrantes também internacionais, este ano são espanhóis e vamos debater o turismo de interior em territórios UNESCO. Vamos abordar o património, e também o turismo cinegético, obviamente, o turismo gastronómico e o turismo natureza, e no programa temos várias caminhadas, como o trilho do Azibo e de descoberta à aldeia abandonada de Banreses, que tem o seu encanto, porque tem toda uma mística à volta da sua desertificação. Enfim, há uma oportunidade aqui para todas as idades, é um turismo para toda a família