A APAV divulgou as estatísticas de 2021 da Linha Internet Segura, que registou 1.626 processos, com um aumento nos contactos a denunciar maneiras de violências ligados à ameaça de partilha de conteúdo íntimo.
Foram registadas 134 situações relativamente a situações de ‘sextortion’, um modo de violência em que a vítima é forçada a enviar mais conteúdo íntimo ou quantias em dinheiro, para evitar que o agressor divulgue imagens ou vídeos íntimos.
A APAV referencia o “contínuo crescimento da denúncia de conteúdos de abuso sexual de menores e de discurso de ódio ‘online” e afirma que, desde o começo da pandemia, este género de violência é o que mais tem aumentado.
O mês com maior número de processos de denúncias e apoio, segundo os dados da APAV, foi abril. O perfil da vítima, de acordo com as informações recolhidas aquando do pedido de apoio, indica que quem mais ajuda pediu tinha entre os 35 e os 44 anos. No total, foram 454 as pessoas a pedir ajuda.
A Linha Internet Segura tem então duas dimensões, prestar apoio a vítimas de cibercrime, assim como aconselhar os utentes na adoção de comportamentos seguros no uso da Internet.
Na ‘dimensão helpline’, os casos de ‘sextortion’ foram os mais numerosos, seguidos de casos de burla, furto de identidade, difamação/injúrias e gravação de fotografias ilícitas.
O estudo demonstra ainda que 41% menciona já ter visto “muitas vezes” alguém a ser chantageado, com ameaças de publicação na internet de conteúdos seus, e que 39% dos jovens que assistiram ou foram vítimas de violência online não recorreram a nenhum serviço de apoio.