“Hoje dei uma volta ao circuito e seguramente estavam mais de 80 mil pessoas a assistir às corridas”, relatou Jorge Fonseca, presidente do Clube Automóvel (CAVR), poucos minutos depois dos carros terem atravessado pela última vez a meta do 42º Circuito Automóvel Dolce Vita de Vila Real, que se realizou nos dias 24 e 25.
O presidente do clube fez um balanço muito positivo das corridas, realçando que, apesar deste ano o evento tenha sido “menos trabalhoso” ao nível desportivo exige sempre muito da organização. “Fazer as corridas em Vila Real é sempre muito complicado, mas felizmente correu tudo bem”, explicou Jorge Fonseca, sublinhando a resposta excepcional de todos os meios que estiveram em serviço, nomeadamente a equipa de pista da autarquia que foi posta à prova num acidente em que foi necessário “repor cerca de 30 metros de railes e prumos, um trabalho que foi feito em 20 minutos”.
“Ao nível desportivo e de segurança também correu tudo a cem por cento”, revelou o mesmo responsável.
Jorge Fonseca mostrou-se ainda satisfeito com a garantia deixada por Manuel Martins, presidente da Câmara Municipal de Vila Real, relativamente à 43ª edição do circuito, uma organização que vai exigir obrigatoriamente a criação de um novo Paddock que vai ainda permitir a internacionalização das provas.
O autarca vila-realense revelou mesmo, ao Nosso Jornal, que “dentro de um mês” já será possível dar mais novidades sobre o futuro Paddock da recta de Mateus, o qual não exigirá uma grande intervenção ao nível de obras, já que depois de adquirido o terreno bastará fazer a terraplanagem, colocar o asfalto e garantir a existência de pontos de luz e água.
“Pode ser um espaço muito polivalente que a cidade vai aproveitar para outros eventos como as semanas académicas, feiras, circos que venham à cidade, estacionamento de camiões”, considerou Jorge Fonseca, recordando que as estruturas de apoio aos pilotos usadas no Paddock são contentores próprios que no final das provas se desmontam.
Manuel Martins garantiu que a Câmara Municipal, “com parceiros que permitem sonhar mais alto”, vai “começar já a trabalhar no projecto”.
“De qualquer forma, este ano foi lindo. Dei uma volta ao circuito e vi tanto entusiasmo, tanta gente que ama as corridas”, concluiu.
Para além de centenas de pessoas que trabalham para organização, grande parte delas de forma voluntariosa, a 42ª edição das corridas contou com o empenho de quatro corporações de Bombeiros, a Cruz Verde e Crua Branca de Vila Real, bem como os voluntários da Régua e de Sabrosa.
Só no que diz respeito às duas corporações vila-realenses contabilizaram-se a presença de cerca de 250 bombeiros apoiados por quase meia centena de veículos.
No balanço da Cruz Branca, o comandante Álvaro Ribeiro, contabiliza mesmo que, nos dois dias, os soldados da paz estiveram em serviço durante cerca de 25 horas e percorreram mais de 650 quilómetros.
Fernando Mota, da Cruz Verde, referiu que ao nível de ocorrências, além de alguns incidentes sem feridos nas corridas propriamente ditas, como por exemplo o incêndio de uma viatura, os bombeiros registaram cerca de 15 casos de espectadores que tiveram que ser assistidos por indisposição devido às altas temperaturas que se fizeram sentir durante o fim-de-semana.
No que concerne às forças de segurança, de sublinhar a presença de 144 agentes da Polícia de Segurança Pública de Vila Real, Chaves, Viseu e Braga.
“Em Vila Real, as pessoas vivem as corridas com outra intensidade, temos aficionados a mostrar muito carinho por algumas marcas e alguns pilotos”, explicou João Figueiredo, vencedor da 2ª corrida da Taça de Portugal de Circuitos (PTCC), revelando mesmo que entre os circuitos citadinos, “Vila Real, devido ao equilíbrio da pista, é o mais propício a grandes momentos de corrida”.