Foi com eles que falámos sobre a relação dos bombeiros com a comunicação social, que dizem ser “boa”, ainda que, “no passado, tenham havido alguns problemas com jornalistas, entretanto ultrapassados”.
Segundo Hugo Silva, “a comunicação social tem que passar uma informação correta, o que nem sempre acontece, e para isso é preciso respeitar quem está a trabalhar no terreno”. No caso dos bombeiros de Vila Pouca de Aguiar, “a única pessoa que fala com a comunicação social sou eu (comandante) e tenho muito cuidado com a informação que passo para fora”.
“A comunicação social tem que passar uma informação correta, o que nem sempre acontece”
Hugo Silva
“Quando são ocorrências grandes é natural que a comunicação social apareça para fazer o seu trabalho, mas é preciso passar uma informação correta e respeitar quem está no posto de comando, o que nem sempre acontece. Às vezes filma-se os bombeiros a fazer determinadas manobras que as pessoas não percebem e acabam por criticar, assim como o fazem quando veem os bombeiros a comer ou a descansar.
Nesses casos, gostava de convidar as pessoas a experimentarem fazer aquilo que fazemos”, afirma.
E para evitar que informação falsa se espalhe, Hugo Silva é defensor de “conferências de imprensa, a horas marcadas, ou a emissão de comunicados”.
Confrontados com o facto de existirem cada vez menos órgãos de comunicação, Hugo Silva admite que “é preocupante”, sendo que “isso vai ao encontro do mal que a região sofre, ou seja, a desertificação”.
“É mau e é preciso combater isso”, confessa Cláudia Rodrigues, revelando que “para mim, informação é poder. Os meios de comunicação social ajudam a sociedade a formar opiniões sobre vários temas e é importante sabermos o que se passa à nossa volta”.
CORPORAÇÃO
Fundada em 1917, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Pouca de Aguiar conta com cerca de 90 operacionais para responder, eficazmente, ao desafio prioritário “do socorro de emergência às populações”.
‘”Os meios de comunicação social ajudam a sociedade a formar opiniões sobre vários temas”
Cláudia Rodrigues
Para tal, a associação tem vindo a apostar no reforço do parque de viaturas e na formação dos seus bombeiros, que se têm vindo a especializar nos riscos do território. “As operações são cada vez mais complexas e temos que nos adaptar”, afirma Hugo Silva, dando como exemplo alguns dos “novos perigos”, como as matérias perigosas e o resgate em altura e meio aquático.
“É um concelho com muitos riscos específicos, muitos quilómetros de autoestrada e estrada nacional, por onde passam milhares de pessoas e muitas matérias perigosas. Temos à volta de 150 aerogeradores no concelho, que têm manutenções periódicas, há ainda as minas, que mesmo desativadas, recebem visitantes, e a construção de barragens”, indica o comandante.