Quinta-feira, 12 de Dezembro de 2024
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Momento histórico no Douro imortalizado com a criação do “B.B. King Parque”

Reunindo fãs ou apenas curiosos, a verdade é que o concerto do B. B. King ultrapassou todas as expectativas iniciais da organização. Expectativas ultrapassadas também tiveram os espectadores que puderam presenciar o “show” do rei do blues. Além de ficar na memória dos que assistiram, o concerto único na história da região fica também imortalizado com o baptismo da Alameda que o recebeu.

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Preparada especialmente para receber o rei do blues, o espaço da antiga Quinta das Almeidas, que no sábado esteve à altura de receber o rei do Blues e, sobretudo, as mais de 20 mil pessoas que, de Norte a Sul do país, e mesmo da vizinha Espanha, se deslocaram a Sabrosa para assistir a um concerto único, é hoje o “B.B.King Parque”.

José Marques, presidente da Câmara Municipal local, anunciou a iniciativa de baptizar a Alameda com o nome do norte-americano poucos minutos antes do início do concerto, tendo na mesma altura entregue ao músico a “Chave de Sabrosa”. “Esperamos poder vê-lo cá mais vezes”, disse o autarca, deixando assim o convite ao rei do blues, agora “rei de Sabrosa”.

O presidente da Câmara revelou que é objectivo da Câmara dinamizar o parque com mais iniciativas de âmbito musical, esperando que “grandes concertos, sobretudo de blues”, venham a realizar-se ali.

B.B. King recebeu ainda, das mãos do presidente da Rota do Vinho Porto, António José Teixeira, uma garrafa de Vinho do Porto, do stock da Casa do Douro, produzido em 1925, ano em que nasceu. Uma prenda “muito, muito especial” que o rei encostou ao coração e agradeceu com um sorriso rasgado.

Acabadas as intervenções, as prendas e os cumprimentos, a estrela do blues manifestou o seu contentamento por estar em Portugal e, em português, agradeceu ao público que se deslocou a Sabrosa. “Obrigado!”.

Por curiosidade, por ser gratuito ou simplesmente, por “viver aqui ao lado”, muitas pessoas que se deslocaram a Sabrosa assumiram, ao Nosso Jornal, não conhecer o B. B. King e muitas mais não eram capazes de adiantar uma música preferida ou o nome de um álbum. No entanto, no meio de um mar de gente, era possível encontrar outros tantos que fizeram centenas de quilómetros para ver o rei do blues, e voltavam a fazer “mesmo que fosse a pagar”. “Inicialmente achei um pouco insólito, um concerto do B. B. King em Sabrosa e gratuito. Mas é claro que não podia perder”, explicou Tiago Oliveira que viajou de Lisboa para o Douro e durante as mais sete de horas à espera que caísse a noite e o músico subisse ao palco, até visitou a vila que, “apesar de pequena, é muito interessante”.

De mais perto mas com mais bagagem, veio José Carlos Rodrigues, um fá da música do B. B. King que viajou desde Oliveira de Azeméis com mais 16 familiares e amigos, e por volta das 17h00 já tinha “a tenda” montada para guardar o lugar naquele que achou ser o melhor lugar do anfiteatro natural. “Fui ver os três espectáculos que ele deu em Portugal”, recorda o contabilista que, apesar de não saber onde ficava Sabrosa, não teve dificuldade em chegar à vila transmontana, tendo sido mais o difícil mesmo encontrar um hotel para pernoitar.

O grupo de Helena Pereira ainda era maior, mais exactamente 55 amigos que alugaram um autocarro por 550 euros e rumaram a Sabrosa onde chegaram por volta das 15h00. “Esta é uma oportunidade única. Tendo em conta que ele tem já 85 anos é bastante improvável que volte a actuar em Portugal”, sublinhou a estudante que, apesar “de achar muito fixe ser de graça”, também garantiu que pagava para não perder essa oportunidade.

Entre as 20 mil pessoas, nem todos era de longe, obviamente, muitos sabrosenses e transmontanos de concelhos vizinhos também não perderam a oportunidade, como foi o caso do vila-realense Otílio Rodrigues que, residente na freguesia de Andrães, na tarde de sábado, foi até Sabrosa para “ver o ambiente e a organização”. “Daqui a pouco vou jantar a casa e mais logo venho com a família”, explicou.

A elevada importância deste tipo de iniciativas para o desenvolvimento do concelho e de toda a região, foi a opinião unânime dos filhos da terra e dos responsáveis pelas instituições que organizaram, sendo de lembrar o investimento de cerca de 120 mil euros só para o pagamento do cachet do artista, não incluindo o esforço financeiro da autarquia na organização de toda a logística.

O concerto inseriu-se num programa da Rota do Vinho do Porto iniciado no ano passado e que com, um orçamento de 355 mil euros, dos quais 248 mil euros foram suportados pelo Programa Operacional Regional do Norte (O Novo Norte ON.2), já foi responsável por outros dois espectáculos. Até ao final do ano vai ainda ser agendado o último do conjunto de quatro espectáculos do “Douro Charme”.

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