“A água é todo um potencial turísticos que nós queremos desenvolver, mas fazê-lo de uma forma, por um lado, sustentável, criando condições de visitação e segurança, e simultaneamente abrir todo este património a todos os que nos queiram visitar, integrando na nossa estratégia de promoção do turismo de natureza, tirando partido daquilo que são os nossos recursos naturais”, afirmou hoje à agência Lusa o presidente da Câmara de Mondim de Basto, Bruno Ferreira.
No Diário da República foi hoje publicada uma portaria, assinada pelo secretário de Estado Adjunto e do Orçamento, que autoriza a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) a assumir compromissos plurianuais e a efetuar a respetiva repartição de encargos relativos à concretização do plano de valorização das margens do rio Tâmega e do rio Cabril.
O valor desta intervenção ascende aos 2,9 milhões de euros e, em agosto, foi anunciado um investimento de cerca de meio milhão de euros na valorização das quedas de água do rio Cabrão, também naquele concelho do distrito de Vila Real.
Os dois projetos vão ser financiados pelo Fundo Ambiental.
“Este é o maior investimento na reabilitação das margens dos nossos rios, e estamos a falar no rio Tâmega e Cabril, mas também no Cabrão, que irá permitir melhores condições de visitação a estes espaços e simultaneamente criar condições para os mondinenses e os que nos visitam possam usufruir destes espaços com segurança”, destacou o autarca.
No projeto que abrange os rios Tâmega e Cabril vai ser criado um percurso pedestre que irá fazer a ligação entre os dois rios, com a criação de duas zonas de lazer em cada, que incluirão equipamentos desportivos e um bar de apoio. No Tâmega haverá ainda condições para a prática de canoagem e ‘rafting’.
De acordo com a portaria, o rio Tâmega “constitui-se como ativo diferenciador do concelho de Mondim de Basto, quer em termos naturais, quer em termos patrimoniais, culturais, paisagísticos e socioeconómicos”.
“É também uma componente fundamental e estruturante de uma imensa diversidade biológica, ‘habitat’ de múltiplas espécies faunísticas, integrando uma flora e vegetação diversificada e imprescindível a todo o ecossistema ribeirinho existente e à manutenção da qualidade ecológica do território”, acrescenta a portaria.
O projeto anunciado para o rio Cabrão visa a requalificação da zona, a criação de percursos pedestres e a promoção da biodiversidade local, e inclui a criação de passadiços, a instalação de sinalética interpretativa e a criação de áreas de descanso.
A cascata situa-se no Parque Natural do Alvão (PNA), na freguesia de Bilhó e desce o rio Cabrão formando várias lagoas, havendo também, no local, moinhos de água antigos. Este rio desagua no Cabril, que é um afluente do Tâmega.
“Estamos a falar de uma abertura dos rios a todas aquelas pessoas que nos queiram visitar, tirando partido da beleza natural que eles têm ao longo de todo este percurso”, salientou ainda Bruno Ferreira.