Segunda-feira, 9 de Dezembro de 2024
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Montenegro defende discriminação positiva dos investimentos no interior

O presidente do PSD, Luís Montenegro, esteve hoje em Tabuaço, onde defendeu que o modelo de desenvolvimento tem de passar por "discriminar positivamente os investimentos" no interior.

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“Creio que é altura de alguém dizer em Portugal que as políticas de coesão territorial, embora bem-intencionadas, as políticas de investimento que foram feitas nas últimas décadas, embora bem-intencionadas, falharam no seu resultado”, sustentou.

Luís Montenegro falava aos jornalistas em Tabuaço, distrito de Viseu, no segundo dia do programa “Sentir Portugal”, após um almoço com empresários maioritariamente ligados ao setor do turismo que apontaram “algumas dificuldades” sentidas no interior.

“O país falhou e falhou porque não consegue hoje ter as assimetrias mais atenuadas do que aquelas que existiam há duas ou três décadas e, portanto, temos de ter políticas novas e ter alguma disrupção nas opções que devemos tomar”, acrescentou.

Neste sentido, disse que “entre a intenção, as ações e os resultados” do que foi feito no interior do país, “há uma diferença significativa” e, por isso, defendeu a construção de “um modelo diferente de abordagem”.

Montenegro reconheceu que, “nas últimas décadas”, tem havido “um grande esforço de investimento a vários níveis de infraestruturas” e para isso, foram “canalizados fundos e fontes de financiamento muito relevantes”, quer nacionais, quer europeus” para o interior.

Só que o resultado que o país tencionava ter com esse investimento, continuou, “que seria fixar pessoas, dinamizar atividades económicas, poder ter menos assimetrias regionais, mais equilíbrio, mais oportunidades de igualdade, está muito longe de ser alcançado”.

O PSD vai “discutir propostas mais disruptivas” que possam “passar por beneficiar de uma forma mais significativa ainda os investimentos no interior, eventualmente à custa de algum financiamento por parte daqueles que são feitos no litoral”.

“Tem de haver um encargo que seja maior por parte dos grandes centros urbanos do litoral, um encargo para que o desenvolvimento do interior também se faça, porque muitos dos bens que consumimos no litoral partem daqui”, defendeu.

A título de exemplo, Luís Montenegro apontou o caso da água, defendendo que “o país precisa de mecanismos de solidariedade que possam dar aos territórios do interior mais benefícios, mesmo daquilo que é a extração dos bens” que se localizam nessas regiões.

“Não chega ter equipamentos, não chega ter infraestruturas, não estou a dizer que não são precisas ou necessárias, mas temos de acrescentar mais, temos de ter criação de riqueza. Se não houver emprego no interior não há gente, se não houver gente todos esses equipamentos acabam por ficar obsoletos sem utilização”, concluiu.

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