Sábado, 14 de Dezembro de 2024
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Movimento promete continuar trabalho, com criação de associação

Apesar de o “Sim” ter saído vitorioso, no Referendo sobre a despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez, Vila Real foi um dos distritos onde o “Não” prevaleceu. Para isso, contribuiu o movimento “Vida Sempre” que se inicialmente tinha como objectivo informar e formar os vila-realenses, concluído o referendo, passa a ter como meta o apoio […]

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Apesar de o “Sim” ter saído vitorioso, no Referendo sobre a despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez, Vila Real foi um dos distritos onde o “Não” prevaleceu. Para isso, contribuiu o movimento “Vida Sempre” que se inicialmente tinha como objectivo informar e formar os vila-realenses, concluído o referendo, passa a ter como meta o apoio às grávidas e bebés.

 

O movimento “Vida Sempre” mobilizou mais de 17 mil vila-realenses numa “onda de solidariedade à causa da vida” que promete continuar com a sua transformação numa associação de apoio às grávidas e à bebés abandonados, garantiu Acácio Valente, responsável pelo movimento, no dia 11, poucas horas depois do final da contagem dos votos no referendo.

Apesar dos resultados a nível nacional, que deram a vitória ao “sim”, no distrito de Vila Real a população mostrou-se contra à despenalização da interrupção voluntária da gravidez, tendo registado 61,89 por cento do total dos votos no “não”.

“Já tínhamos dito que, independentemente dos resultados, o objectivo é constituir uma associação de apoio à grávida e bebés abandonados”, sublinhou o responsável pelo Grupo Cívico adiantando ainda que espera aproveitar a mobilização conseguida, ou seja, as mais de 15 mil pessoas que subscreveram o movimento “Vida Sempre”, para que “integrem a associação” de modo a que esta “viva por si própria”.

Acácio Valente ressalva, ainda, que “a associação nasce numa altura em que o governo procura subtrair, se não retirar, por completo, os subsídios aos grupos de apoio à vida”, uma situação que pretende contrariar, com a criação do novo organismo que deverá arrancar ainda este ano.

Justificando a importância da criação de uma associação deste género, o mesmo responsável considera que “o que verdadeiramente faz falta, em Portugal, são estruturas de apoio, para que as mulheres possam optar por ter os seus filhos”, até porque, apesar da aprovação da despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez, o número de abortos clandestinos não vai diminuir, em Portugal, tendo em conta que, como alega, “muitos médicos do Sistema Nacional de Saúde vão invocar objecção de consciência, para não interromperem a gravidez”.

Relativamente aos resultados registados, no distrito (em todos os 14 concelhos venceu o “Não”), Acácio Valente realçou que “o que mais surpreendeu foram os números relativos à abstenção. Não estamos contentes, porque o resultado ficou um pouco aquém do que esperávamos, mesmo ao nível regional, adiantando como factores que contribuíram para o resultado final “a hipocrisia do PSD que não esteve nem cá nem lá, a falta de empenhamento activo da Igreja e, até, mesmo, as condições meteorológicas que levaram a que muitos cidadãos optassem por ficar em casa, em vez de irem votar”.

 

Maria Meireles

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