Grande parte foram construídos até 1860 e a sua estrutura é muito débil, pois foram colocados através de um sistema de pedra que é colocada sem qualquer material aglomerante ou consistente.
Armando Silva, residente em Donelo (Sabrosa), empresário de construção vitícola, é um dos que está revoltado com o facto e aponta o dedo a “alguns caçadores”. “É um património que está a ser delapidado. Na parte sul do concelho de Sabrosa, mormente na zona do Ferrão, muitos muros foram destruídos por caçadores. Estes para procurarem um coelho que se esconda, não se importam de desmoronar os muros para o apanharem. Depois há os actos de malvadez, sendo que alguns pequenos muros chegam a ser destruídos com pontapés”. Este homem, que se diz “defensor da tradicional paisagem duriense”, pede a “intervenção das instituições zeladoras do Património”. Ferrão, Donelo, Chanceleiros, Gouvinhas, Covas do Douro, Vale de Mendiz, Castedo, Covelinhas, Galafura, Cotas são zonas, no Douro, entre outras, onde existem ainda muros pré-filóxericos, ou seja, muros construídos antes do aparecimento da doença que destruiu as vinhas durienses.
Em meados do sec. XIX, a vinha era plantada em terraços suportados por muros de pedra, mais ou menos distanciados em função do declive da encosta.
Os terraços eram rasgados nas encostas, de baixo para cima e possuíam uma largura pequena com uma ou duas fiadas de vinha. Os muros eram construídos com as pedras de xisto tiradas do terreno. Muitos dos muros foram então abandonados e bordejaram os mortórios, terrenos de vinhas mortas que hoje, na sua maioria, estão invadidos pela vegetação espontânea.