A 6 de outubro de 1922 nascia, por Decreto do Governo, o Museu Regional de Chaves, provisoriamente instalado na Câmara Municipal de Chaves. O seu primeiro lar viria a ser partilhado com a Biblioteca Municipal, nas instalações do Convento das Freiras. Uma década depois, muda-se para o Largo do Anjo. Nos anos 60, passa, definitivamente, para o antigo Paço dos Duques de Bragança, onde se encontra até hoje.
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Segundo Nuno Vaz, presidente do município de Chaves, este “relevante e identitário espaço museológico” tem desempenhado um “papel de charneira” na comunidade flaviense “ao longo das últimas décadas”, em especial “na preservação de um legado ímpar que crava, nos dias de hoje, a identidade dos povos” que marcaram a história da região.
Para o autarca, este legado “é merecedor de crédito e reconhecimento públicos por parte de uma comunidade em uníssono”. Consequentemente, “o centenário do nascimento de tão insigne espaço museológico inspirou e motivou o município a conceber, programar e realizar um conjunto de iniciativas culturais ao longo do próximo ano”.
“Queremos dar evidência e nota, sobretudo, da história de uma cidade que é bimilenar”
Nuno Vaz
Presidente CM DE CHAVES
“Queremos dar evidência e nota, sobretudo, da história de uma cidade que é bimilenar. Este repositório, de todo um conjunto de achados arqueológicos, das mais variadas naturezas, é parte de um acervo importante que foi sendo recolhido nos muitos achados que foram feitos no concelho”, frisou.
Ao mesmo tempo, além de “honrar o passado”, o município quer “projetar o futuro”. “Esta história permite-nos perceber como é que chegámos aqui, enquanto povo, e a relevância que tiveram os vários povos que por aqui passaram, mas, também, perceber a história presente, para podermos ser construtores de uma história do futuro”, vincou Nuno Vaz.
PROGRAMA
‘Esta é a maneira de devolver ao povo flaviense um pouco da sua história.”
João Ribeiro
Arqueólogo e curador
da exposição
João Ribeiro, arqueólogo e curador da exposição “100 anos de Museu numa Cidade Bimilenar”, patente no Museu da Região Flaviense até abril de 2023, explicou que esta reúne um total de 110 peças, “algumas que já estavam nos arquivos do Museu e outras resultantes de várias escavações e da investigação feita ao longo do tempo, principalmente nos últimos 30 anos”.
Desta feita, é possível “demonstrar como eram os materiais do passado e como é que as pessoas viviam. A ideia foi exatamente essa, ir buscar peças a vários sítios, todas de Chaves e da região flaviense, e juntá-las nesta exposição. São tudo peças inéditas. A maior parte delas nunca esteve exposta”, revelou, acrescentando que “esta é a maneira de devolver ao povo flaviense um pouco da sua história”.
Após a inauguração da exposição, o antigo Paço dos Duques de Bragança foi palco de uma tertúlia subordinada ao tema “Museu de Ontem, de Hoje e de Amanhã”, moderada por Rui Lopes, arqueólogo e chefe da Unidade de Valorização do Centro Histórico.
A fadista Gisela João encerrou a efeméride, com o primeiro espetáculo do projeto “Tempos Cruzados”, cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) – Património Cultural, que teve lotação esgotada.