“O projeto conta com o envolvimento de um grupo de professores da escola, por forma a promover a ativação de uma educação crítica, de autoquestionamento em relação ao passado colonial e estas representações que ainda perduram nos nossos espaços públicos educativos, na linguagem, na cultura e nos comportamentos do quotidiano”, explicou à Lusa a diretora do Museu de Lamego, Alexandra Falcão.
A “Sala colonial”, que tem o seu espaço físico, embora atualmente desativado, na Escola Secundária Latino Coelho, de Lamego (o antigo Liceu Nacional Latino Coelho, da cidade), assenta numa proposta da artista e investigadora Catarina Simão.
A 8 de novembro, dia do 141º aniversário da escola, o projeto será apresentado na instituição de ensino e será reaberta à comunidade escolar a sala do Museu das Ciências Naturais que, contrariamente ao que aconteceu à sala colonial, manteve o seu recheio, nomeadamente “objetos de espécies vivas como carapaças, peles, mapas e fotografias”.
O restante, de um total de 288 objetos, “sobretudo, lanças, flexas, máscaras, estatuetas, instrumentos musicais, objetos utilitários de cestaria, calçado, pentes e adornos femininos foram para o Museu de Lamego”.
Com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, da Direção Regional de Cultura do Norte e do Município de Lamego, o projeto tem o “potencial pedagógico reflexivo no impulso para uma formação humanística, de condutas cívicas, igualitárias e de justiça social, que são as linhas estratégicas” do museu, explicou Alexandra Falcão à Lusa.