A finalidade do estudo passa por permitir “discutir o que as políticas públicas têm vindo a fazer, o que ainda podem desenvolver e aferir sobre os circuitos de criação e difusão que as sustentam”, informam os coordenadores do trabalho.
A ida ao cinema, com uma resposta positiva de 41% dos inquiridos, foi a atividade cultural com maior taxa de participação dos portugueses, nos 12 meses que antecederam o período pandémico. O mesmo intervalo mobilizou 38% para os festivais ou festas locais e 24% para eventos com música ao vivo. Cerca de 30% disse ter visitado museus e monumentos, já a ida ao teatro é admitida por 13% dos inquiridos. Relativamente aos hábitos de leitura, o inquérito revelou que 61% dos inquiridos não leram um único livro em formato físico.
O estudo revela ainda que as pessoas “valorizam práticas, estilos e géneros que se baseiam em valores pessoais e sociais próximos da sua cultura”. Isto leva os investigadores a pensarem “na importância de aprofundarmos a relação dos indivíduos com a cultura que não é ‘trabalhada’ na escola, mas com diferentes tipos de instituições e equipamentos culturais”.
Os dados constam do estudo “Práticas culturais dos portugueses”, feito pelo Instituto de Ciências Sociais, da Universidade de Lisboa, a pedido da Fundação Calouste Gulbenkian, a partir de um inquérito nacional sobre hábitos de consumo de Cultura dos portugueses, em particular nos 12 meses anteriores à pandemia da Covid-19.
O estudo estruturado por José Machado Pais, Pedro Magalhães e Miguel Lobo Antunes, possuiu uma equipa composta pelos investigadores Emanuel Cameira, Jorge Rodrigues da Silva, Rui Telmo Gomes, Teresa Duarte Martinho, Tiago Lapa e Vera Borges e possibilita o fornecimento de “informação precisa para se compreender as práticas culturais dos portugueses” às instituições culturais, gestores e artistas.